TAP convicta de que na retoma vai estar pronta para aproveitar as oportunidades
Covid-19
2 de abr. de 2020, 11:49
— Lusa/AO Online
Numa mensagem
vídeo enviada aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, o CEO começa
por lembrar que o mundo vive hoje "um momento de crise económica",
situação que levará a TAP a viver em abril "um momento totalmente
diferente na história inteira da vida" da companhia. "A
TAP vai parar", afirma Antonoaldo Neves, referindo que a companhia vai
agora apenas "dedicar todos os esforços" a "assegurar a continuidade
territorial de Portugal", oferendo voos para as ilhas, e a fazer voos
pontuais para ir buscar portugueses e de carga humanitária."Hoje
a TAP tem condições e força para enfrentar esta situação desafiante que
temos vivido. Tanto do lado dos acionistas, como dos fornecedores, dos
colaboradores, dos clientes, temos recebido de todos o apoio, a
confiança e a confirmação de que estão todos aqui prontos para poder
apoiar a TAP no que for preciso para que a TAP continue viva e
sustentável, protegendo o emprego de todos os trabalhadores",
acrescenta.Agradecendo aos trabalhadores o
espírito de missão que demonstram num tempo de incerteza como o que se
vive, Antonoaldo Neves considera que importante é, também, "manter a
crença", que diz que a gestão e acionistas têm, bem como "a confiança de
que a TAP vai voltar a voar". "Nós temos
convicção de que vamos sair desta crise e que vai haver uma retoma e
que a TAP vai estar pronta para aproveitar toda a oportunidade que o
mercado colocar para nós", adianta na mensagem de vídeo.Já
a Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP reforçou o apelo para que a
transportadora “se torne 100% pública”, depois de a empresa ter
anunciado o ‘lay-off’ (que permite a redução temporária do período
normal de trabalho ou a suspensão de contrato de trabalho) da maioria
dos trabalhadores.Num documento, a que a
Lusa teve acesso, a CT entende que “estas medidas são gravosas para os
trabalhadores sob vários aspetos” e, por isso, não pode “concordar com
as mesmas”, questionando se “são necessárias”, uma vez que “o caminho
pode ser outro assim haja vontade”.A TAP
vai avançar com um processo de 'lay-off' para 90% dos trabalhadores e
com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes
colaboradores, para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19.O
grupo determinou "a suspensão temporária da prestação do trabalho para
cerca de 90% dos colaboradores" e "uma redução do período normal de
trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores", que
inviabiliza quase toda a operação da transportadora aérea, lê-se numa
missiva a que a Lusa teve acesso na terça-feira"As
condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de dois
terços das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão
temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração
fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho,
porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma", indicou a
TAP, sendo que estas medidas entram em vigor na quinta-feira por um
período de 30 dias, que pode vir a ser alargado.A CT reconheceu que a “situação criada pela covid-19, tornando
praticamente impossível a atividade no setor da aviação, veio obrigar a
administração da TAP a tomar medidas para garantir a sua
sustentabilidade e continuidade, medidas essas legalmente permitidas de
acordo com legislação especialmente criada para o efeito, acordadas com o
Governo e, já divulgadas aos trabalhadores” na terça-feira.Neste
contexto, e discordando das medidas, a CT exige que “o Governo assuma
as suas responsabilidades para com a companhia de bandeira, garante da
continuidade territorial e da soberania e economia nacionais,
nacionalizando-a e garantindo todos os postos de trabalho, assim como
todas as remunerações”.A TAP é detida em
50% pelo Estado, através da Parpública, em 45% pelo consórcio privado
Atlantic Gateway e em 5% pelos trabalhadores.