TAP cancela voos para a Venezuela por razões de segurança
Hoje 11:36
— Lusa/AO Online
Numa nota enviada à
agência Lusa, a TAP explica que a decisão “decorre de informação emitida
pelas autoridades aeronáuticas dos Estados Unidos da América, que
indica não estarem garantidas as condições de segurança no espaço aéreo
venezuelano, nomeadamente na zona de informação de voo Maquetia”.Adianta
que “todos os passageiros foram informados do cancelamento e de que
poderão, caso entendam, proceder ao pedido de reembolso”, lamentando “o
inconveniente causado” por uma decisão que “visa garantir a segurança
dos passageiros e tripulação”.Além da TAP
outras cinco companhias aéreas cancelaram hoje os seus voos para a
Venezuela, depois de os Estados Unidos terem alertado a aviação civil
para um “aumento da atividade militar” no âmbito do envio de forças
norte-americanas para as Caraíbas, disse a presidente da Associação de
Companhias Aéreas da Venezuela (ALAV), Marisela de Loaiza, à agência
noticiosa France-Presse.Do grupo que
cancelou as operações aéreas para o país dirigido por Nicolas Maduro
fazem parte, além a TAP, a companhia espanhola Iberia, a colombiana
Avianca, a brasileira GOL e a chilena Latam, assim como a Caribbean
Airlines de Trinidad e Tobago, precisou.A
Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA emitiu hoje um aviso aos
operadores de voos comerciais aconselhando-os a "extremar a precaução"
ao sobrevoarem a Venezuela e o sul das Caraíbas, devido ao que considera
"uma situação potencialmente perigosa na região".
"Recomenda-se aos operadores que extremem a prudência ao operar na
região de informação de voo de Maiquetía [correspondente ao espaço aéreo
controlado pela Venezuela, que inclui também parte das Caraíbas sul e
oriental] a todas as altitudes, devido ao deterioramento da situação de
segurança e ao aumento da atividade militar na Venezuela ou seus
arredores", refere a FAA no comunicado. "As
ameaças poderão representar um risco potencial para as aeronaves em
todas as altitudes, incluindo durante o sobrevoo, as fases de chegada e
saída do voo", acrescenta, considerando que os aeroportos e as aeronaves
em terra naquela região também estão em risco. Desde
agosto, que Washington mantém uma importante presença militar na zona,
com destaque para meia dúzia de navios de guerra, oficialmente para
combater o tráfico de droga com destino aos Estados Unidos.Nas
últimas semanas, os Estados Unidos realizaram cerca de 20 ataques
aéreos nas Caraíbas e no Pacífico contra embarcações que acusam – sem
apresentar provas – de transportar droga, causando um total de 76
vítimas. A Venezuela acusa Washington de
usar o pretexto do narcotráfico "para impor uma mudança de regime" em
Caracas e apoderar-se do seu petróleo.