Talibãs paquistaneses negam envolvimento em ataque a caravana com embaixador português
23 de set. de 2024, 14:50
— Lusa/AO Online
O
Tehrik-i-Taliban Pakistan/TTP afirmou num comunicado, que não teve "nada
a ver com este ataque" à caravana de veículos que transportava
embaixadores e diplomatas convidados por Islamabad e pela Câmara de
Comércio do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, para promover o comércio local.Esta
província é um bastião das várias fações do TTP, cujos homens foram
treinados no Afeganistão e que defende a mesma ideologia dos talibãs
afegãos, que regressaram ao poder em Cabul há três anos.Esta explosão ainda não foi reivindicada por qualquer grupo ou organização.Um
polícia foi morto e três outros ficaram feridos na explosão de mina no
Paquistão no domingo, que teve como alvo a caravana de embaixadores,
incluindo diplomatas portugueses, que não foram afetados.O
embaixador de Portugal no Paquistão e Afeganistão, Frederico Silva,
afirmou no domingo em declarações à Lusa que "não era expectável" um
atentado na zona onde esteve e há um "caráter atípico" de ter como alvo
uma comitiva que integrava 12 diplomatas.Uma
explosão "grande e visível" obrigou a que as viaturas invertessem ae
marcha e saíssem do local "com toda a rapidez possível", relatou.O
embaixador "estava mais ou menos a meio do comboio de viaturas", pelo
que "deu para ver e ouvir perfeitamente a explosão, embora não estivesse
junto à parte da frente do comboio que foi afetada".Posteriormente,
"soube-se que houve uma viatura que foi impactada por uma mina
anticarro e era a viatura que seguia à frente" com a força polícial,
contou Frederico Silva.A caravana
encontrava-se em Malam Jabba, no vale do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, na
fronteira com o Afeganistão, quando foi atingida pela explosão.Os
ataques na região são frequentes, mas é muito raro que tenham como alvo
os diplomatas, porque a maioria dos membros das chancelarias no
Paquistão raramente abandonam as grandes cidades e viajam sob escolta
pesada.Mas o Ministério dos Negócios
Estrangeiros do Paquistão disse no domingo estar “determinado a combater
o terrorismo”, na região onde, de 2007 a 2009, os talibãs paquistaneses
mataram milhares de civis e assumiram o controlo de áreas antes de uma
ofensiva do exército.O TTP mantém nesta
zona células adormecidas e Islamabad acusa Cabul de permitir que os
combatentes preparassem ataques contra o Paquistão no seu território, o
que o governo talibã nega.Na noite de
domingo, os embaixadores e diplomatas visados - portugueses, russos,
iranianos, turcomanos, tadjiques, cazaques, bósnios, zimbabueanos,
etíopes, indonésios, ruandeses e vietnamitas - regressaram em segurança a
Islamabad, de acordo com os Negócios Estrangeiros do Paquistão.