A concentração ocorreu num
parque da capital para evitar a repressão talibã, mas isso não impediu
as autoridades de porem termo à ação alegando que as mulheres não tinham
pedido a necessária autorização.“Os
talibãs vieram e rasgaram violentamente as nossas bandeiras e cartazes e
disseram-nos para irmos ao distrito policial para obter uma licença.
Embora lhes tenhamos dito que não era um protesto de rua, eles não o
permitiram”, contou a ativista social Zakia Wahdat à agência espanhola
EFE.As mulheres levaram os seus diplomas e
exibiram cartazes com frases como “queremos trabalhar”, e outras a
criticar a reclusão que sofreram desde que os fundamentalistas voltaram
ao poder em agosto de 2021.Wahdat disse que o objetivo era “mostrar novamente ao mundo que as mulheres no Afeganistão foram esquecidas”.“Os talibãs eliminaram as mulheres da sociedade e da educação no ano passado”, disse a ativista.Wahdat
recordou repetidos apelos à comunidade internacional durante o ano
passado, insistindo que o governo talibã “não mudou” e continua a seguir
as mesmas políticas do seu primeiro regime, entre 1996 e 2001, que
reprimiu as mulheres do Afeganistão.“Fui
especialista em género no Ministério do Interior, mas há um ano que
estou desempregada”, disse uma das participantes no protesto, Margahlay
Naqebzai, num pequeno vídeo partilhado com a EFE.Este
incidente ocorreu um dia depois de as forças governamentais talibãs
terem impedido várias estudantes universitárias do nordeste do
Afeganistão de frequentarem aulas por usarem um véu em vez de burca,
reprimindo violentamente as jovens que desafiaram a medida.Após
20 anos de presença internacional no Afeganistão, os talibãs voltaram
ao poder com promessas de que tinham mudado, mas têm sido acusados de
manter uma política de repressão das mulheres com base numa
interpretação estrita do Islão, proibindo-as de frequentar a escola e
confinando-as às suas casas.