Syriza assegura eleição da primeira mulher para a presidência da Grécia
16 de jan. de 2020, 15:19
— Lusa/AO Online
“Contribuiremos para a eleição da
presidente com uma ampla maioria, como merece toda a pessoa que assume a
enorme responsabilidade de ser a expressão da unidade do povo nos
próximos cinco anos”, afirmou Tsipras. A
votação no parlamento está prevista para 22 de janeiro, e a confirmação
do apoio do partido de esquerda Syriza e dos conservadores da Nova
Democracia (ND, no poder), permitirá que Ekaterini Sakellaropoulou,
atualmente à frente do Conselho de Estado grego, se converta na primeira
mulher na presidência do Estado helénico. Tsipras
elogiou as qualidades de Sakellaropoulou, 63 anos, definida como “uma
boa juíza, que sempre defendeu com convicção a justiça, os direitos
humanos e um Estado não confessional”, e recordou que foi o seu governo
que a designou para o Conselho de Estado em outubro de 2018. Na ocasião,
foi também a primeira mulher a dirigir a instituição.Para
ser eleita na primeira volta, a futura chefe de Estado já tem
garantidos os votos de mais de 200 dos 300 deputados do Vouli
(parlamento), designadamente os 158 deputados da ND do primeiro-ministro
Kyriakos Mitsotakis, e os 86 eleitos pelo Syriza.“Agradeço
ao primeiro-ministro a nomeação como candidata à presidência da
República. Proponho-me honrar a justiça e a mulher grega contemporânea”,
disse a juíza após o anúncio de Mitsotakis. Pela
primeira vez, um partido no governo não sugeriu a reeleição de um
presidente proveniente das suas fileiras, o que, segundo analistas se
deve às más relações entre o primeiro-ministro e o atual chefe de
Estado, Prokopis Pavlopoulos, em funções desde 2015, então com o partido
de Tsipras no poder. Apesar de manifestar
apoio a Sakellaropoulou, o líder do Syriza considerou “um erro grave” a
opção do governo conservador em não propor Pavlopoulos para um segundo
mandato, pelo facto de “ser um Presidente muito competente, numa atual
conjuntura muito crítica para temas de interesse nacional”. Até
ao momento, entre as formações com representação parlamentar, apenas o
Partido Comunista (KKE) se pronunciou contra a nomeação de
Sakellaropoulou. O chefe de Estado grego
apenas possui funções protocolares, mas a sua função é “altamente
simbólica” por ser a expressão da “unidade nacional”, como sublinhou na
quarta-feira o primeiro-ministro ao anunciar a decisão.