Suspeitos de assalto a carrinha de valores em Lisboa ficam em prisão preventiva
2 de jan. de 2018, 15:14
— Lusa/AO online
Um
terceiro elemento, baleado na cabeça, faleceu na noite de sábado no
Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, para onde tinha sido
encaminhado com ferimentos graves causados pelos disparos dos agentes
policiais, durante a perseguição.No
momento em que a viatura dos suspeitos foi intercetada em Queluz de
Baixo, no concelho de Oeiras, os homens abalroaram a viatura policial,
provocando ferimentos em três polícias, que tiveram de receber
tratamento hospitalar, disse, na sexta-feira, fonte da Direção Nacional
da PSP à agência Lusa.Os
dois homens foram presentes ao juiz de instrução criminal que lhes
aplicou a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, “atendendo
aos perigos de continuação da atividade criminosa, receio fundado de
fuga, de perturbação do inquérito e da ordem pública”, refere a nota
publicada na página da internet da Procuradoria-Geral Distrital de
Lisboa (PGDL).Os
arguidos, indiciados dos crimes de roubo qualificado, detenção de arma
proibida, recetação e furto qualificado, têm antecedentes criminais: um
foi condenado em pena de prisão de cinco anos, suspensa na sua execução
por igual período, enquanto outro foi condenado pelo crime de evasão. Na
sexta-feira, 29 de dezembro do ano passado, os três homens assaltaram
uma carrinha de transporte de valores, no momento em que a viatura
recolhia dinheiro de uma agência bancária, na estrada do Paço do Lumiar.
A PGDL acrescenta que os arguidos faziam vigilâncias prévias dos locais
e das carrinhas que pretendiam assaltar.A
investigação apurou que os arguidos estacionaram no local onde se
encontrava a carrinha de transporte de valores e aguardaram pela saída
do interior do banco do vigilante da empresa de segurança responsável
pelo transporte do dinheiro.Nesse
momento atacaram-no “com murros e pontapés, ao mesmo tempo que lhe
apontavam uma arma de fogo à cabeça”. Conseguiram roubar a mala e os
dois sacos que a vítima transportava, com 100.000 euros, 300 euros e 600
euros, respetivamente.Os
suspeitos "encetaram de imediato uma fuga numa viatura" roubada em
direção à rua Diogo Cão, em Queluz de Baixo, onde viriam a ser detidos
pela PSP, “após violenta reação” dos suspeitos, “o que motivou disparos
com armas de fogo” da parte dos agentes policiais “em resposta ao
ataque” dos três homens.A
PGDL conta ainda que os três arguidos, “em comparticipação com vários
outros indivíduos desconhecidos até à data” tinham roubado a viatura
usada neste assalto, e outras duas viaturas, “com a finalidade de as
utilizar em seguida, nos vários assaltos que planeavam”.“Os
arguidos não tinham profissão e viviam da subtração violenta de valores
nomeadamente através dos assaltos em dependências bancárias ou dos CTT
(correios), de terminais de multibanco ou de carrinhas de valores”,
sublinha a PGDL.Há
ainda “fortes indícios” de que estes arguidos, acompanhados de outros
desconhecidos, a 18 de dezembro do ano passado, “entraram em passo de
corrida na estação dos CTT de Alfragide, com a finalidade de subtraírem
os valores guardados no cofre, o que apenas não conseguiram por motivos
alheios à sua vontade em consequência de dificuldades técnicas surgidas
na ocasião”.Mesmo
assim, “os arguidos que tinham ordenado aos clientes para se deitarem
no chão” e gritado: “’isto é um assalto’, exigiram-lhes a entrega das
respetivas carteiras”, apropriando-se de 1.600 euros. “Como
um dos clientes se tivesse recusado a fazê-lo, os arguidos
desferiram-lhe vários socos e pontapés no corpo e na cabeça de modo a
apropriarem-se da carteira”, relata a PGDL.Um
dia antes, a 17 de dezembro, “o mesmo grupo havia partido o ‘shutter’
da saída de notas de um terminal de multibanco numa agência bancária, na
Amadora, e de um terminal existente na Junta de Freguesia de Sacavém,
concelho de Loures, “com o propósito de se apoderarem das quantias em
dinheiro existentes, o que não lograram conseguir”.A
investigação prossegue sob a direção do Ministério Público no
Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, com a coadjuvação
da PSP.