Surfista Yolanda Hopkins quer trazer uma medalha para Portugal
Paris2024
6 de mar. de 2024, 13:23
— Lusa/AO Online
“É
incrível, estava à procura deste sonho já há muito tempo, desde que me
qualifiquei da última vez. Foi uma experiência tão única, tudo o que eu
queria fazer era chegar lá outra vez e acabei por concretizar. Fiquei
superfeliz”, começou por dizer a algarvia de 25 anos, à chegada ao
Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.Quinta
classificada em Tóquio2020, estreia da modalidade no programa olímpico,
Hopkins voltará aos Jogos Olímpicos em Paris2024, depois de ter
assegurado a vaga na quinta-feira, com a presença nas meias-finais dos
Jogos Mundiais, que decorreram em Porto Rico.“E,
agora, quero ir para a próxima também [a Los Angeles2028]. Isto é
sempre para ir. Eu estava já com esse objetivo e, depois, eu cheguei tão
perto da medalha, fiquei com o quinto lugar, com o diploma. Eu quero
mesmo chegar à medalha desta vez e trazer a medalha para Portugal”,
declarou, nem hesitando quanto ao ‘tom’ do metal: “ouro, claro. Eu vou
sempre para os mais altos”.A competição de
surf dos Jogos Olímpicos vai decorrer na famosa onda de Teahupo'o, no
Taiti (Polinésia Francesa), a mais de 15.700 quilómetros da capital
francesa, uma opção que entristece “um bocadinho” Yolanda Hopkins.“Entrar
na Aldeia [Olímpica], as cerimónias todas… é parte dos [Jogos]
Olímpicos. Fiquei um bocado triste que vamos estar tão longe, mas faz
parte. Acho que foi uma boa opção levar o surf para o Taiti. Eu espero
só ter a oportunidade de voltar a Paris para o final”, acrescentou.Apesar
de nunca ter surfado em Teahupo'o, a olímpica lusa admite que “é um
sonho” seu “ir lá surfar há já muitos anos”. “É uma onda muito perigosa,
muito intensa, mas é uma das minhas coisas favoritas de fazer no surf, é
ir para o tubo, e aquela onda é só tubo. Acho que me vou dar bem”,
antecipou.Tal como em Tóquio2020 –
disputados em 2021 devido à pandemia de covid-19 -, Yolanda Hopkins
estará acompanhada de Teresa Bonvalot, apurada desde abril de 2023,
quando assegurou uma das oito vagas atribuídas através do circuito
mundial da Liga Mundial de Surf, e se tornou na quarta qualificada
portuguesa para Paris2024.“Estou muito
feliz porque vou com a Teresa outra vez, já é a nossa segunda ida. Acho
que vai ser uma viagem incrível”, disse a recém-qualificada, já depois
de a sua companheira de aventuras olímpicas defender a mesma premissa.“É
bom saber que vou aos Jogos com mais uma representante, acho que isso
acaba por demonstrar a nossa qualidade, o nosso esforço, a nossa
dedicação. Ainda não é desta que somos acompanhadas pelos rapazes, mas
acredito que no futuro isso irá acontecer. Estou com muita confiança
para irmos para os Jogos daqui a uns meses e representar a nossa
bandeira ao mais alto nível”, declarou Bonvalot, à chegada a Lisboa,
depois de ter alcançado também as ‘meias’ em Porto Rico.A
surfista natural de Cascais, de 24 anos, também esteve presente na
estreia da modalidade em Jogos Olímpicos, conseguindo o nono lugar em
Tóquio2020, e agora lamenta a distância da ‘cidade-mãe’ do “maior evento
desportivo” mundial e o facto de falharem a presença na cerimónia de
abertura, agendada para 26 de julho.“Acho
que faz sempre falta e é um momento muito importante. Felizmente, já o
tivemos em Tóquio, mesmo com as devidas circunstâncias por causa da
covid. Vamos tentar aproveitar tudo da melhor forma. Estamos lá, somos
mais uma vez olímpicas, segunda participação olímpica. Acho que isso é
algo que ninguém nos pode tirar, e é um sonho para qualquer atleta”,
realçou.No entanto, Bonvalot mostrou-se
entusiasmada por surfar a onda de Teahupo'o, que conhece “bastante” por
já ter assistido a muitos eventos naquela praia. “É
uma onda desafiadora, uma esquerda perfeita, um sítio paradisíaco. Em
termos de melhor cenário, aquele é o melhor cenário. Agora, é esperar
que tenhamos boas ondas para ter o nosso melhor surf”, manifestou,
revelando que um dos seus objetivos é ir à famosa praia do Taiti antes
dos Jogos, que decorrem entre 26 de julho e 11 de agosto.