Segundo fontes
judiciárias, o juiz Pablo Llorena comunicou aos advogados da defesa que,
em princípio, só irá anunciar a sua decisão na segunda-feira, depois de
ter ouvido, um a um, os dez detidos acusados de crimes de rebelião,
secessão e peculato.Se
isto acontecer significa que a decisão será tomada um dia antes do
início, em 05 de dezembro, da campanha eleitoral para as eleições
regionais da Catalunha de 21 de dezembro.Oito
dos dez separatistas detidos, entre os quais o ex-vice-presidente
catalão, Oriol Junqueras, são candidatos a essas eleições.Os
oito conselheiros (ministros regionais) e os dois líderes de
associações cívicas separatistas querem seguir os passos da presidente
do parlamento catalão, libertada a 10 de novembro último, depois de ter
pago uma fiança de 125.000 euros.Para
conseguir ficar à espera de julgamento em liberdade, Carme Forcadell
assegurou ao tribunal que acatava o artigo 155.º da Constituição
espanhola, que permitiu a intervenção do Governo central na Catalunha, e
que renunciava à independência unilateral da região.No
recurso contra a prisão preventiva, que apresentaram no início da
semana, e em que pediam para ser ouvidos, os detidos afirmavam que
aceitavam as consequências do artigo 155º. da Constituição e concordam
que a declaração unilateral de independência aprovada em 27 de outubro
último teve apenas um valor político. A
consulta popular de 21 de dezembro foi convocada pelo chefe do Governo
espanhol, Mariano Rajoy, em 27 de outubro passado, no mesmo dia em que
decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo
regional presidido por Carles Puigdemont.Os
partidos separatistas ganharam as últimas eleições regionais, em 2015, o
que lhes permitiu formar um governo que organizou um referendo de
autodeterminação em 01 de outubro último que foi considerado ilegal pelo
Estado espanhol.Os
conselheiros foram presos preventivamente no final da primeira
audiência no tribunal e depois de Carles Puigdemont e mais quatro
membros do seu gabinete se terem refugiado na Bélgica, argumentando não
confiar na democracia espanhola.