Suicídio mata mais do que o cancro da mama ou a guerra, uma morte a cada 40 segundos
9 de set. de 2019, 15:00
— Lusa/AO Online
Os dados são revelados num relatório da
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o suicídio, que é descrito como
um “importante problema de saúde pública global, que afeta todas as
idades, sexos e regiões do mundo”.Na faixa
etária entre os 15 e os 29 anos, o suicídio surge como a segunda causa
que mais mata, depois dos acidentes rodoviários. Quando
analisada a faixa de jovens até aos 19 anos, o suicídio passa a surgir
em terceiro lugar nas causas de morte, após os acidentes de viação e
apenas ligeiramente abaixo das mortes causadas por violência
interpessoal.Em todas as idades, o
suicídio apresenta uma taxa maior nos homens do que nas mulheres, com
uma média nos homens 1,8 vezes maior do que no sexo feminino.O
relatório da OMS mostra que entre 2010 e 2016 a taxa de suicídio
decresceu globalmente quase 10%, mas salienta que esse declínio não
ocorreu em todos os países do mundo.A OMS
recomenda um reforço das medidas que evitem os suicídios, recordando que
são mortes evitáveis. Dá o exemplo de medidas como a restrição no
acesso a meios que possibilitem o suicídio, a formação de jovens para os
dotar de ferramentas para a vida, a identificação precoce do risco e a
interação com os media para uma comunicação responsável sobre suicídio.A
restrição no acesso aos inseticidas ou pesticidas usados para auto
envenenamento é identificada pela OMS como uma medida que pode levar a
reduções nas taxas de suicídio a nível global.“A
elevada toxicidade de muitos pesticidas significa que as tentativas de
suicídio muitas vezes levam à morte, especialmente em situações onde não
há antídoto ou onde não há instalações médicas nas proximidades”,
refere o documento hoje divulgado.A OMS
indica que há um conjunto crescente de evidências internacionais que
apontam para a eficácia de medidas que proibiram pesticidas altamente
perigosos.O país mais estudado a este
nível é o Sri Lanka, onde várias proibições e restrições em pesticidas
altamente tóxicos levaram a uma queda de 70% em suicídios, com uma
estimativa de 93 mil vidas salvas entre 1995 e 2015.O
relatório da OMS elenca os dados das estimativas de suicídio registados
em cada país em 2016. Portugal surge com uma taxa estimada de
mortalidade de 14 por 100 mil habitantes, mas estes dados não são
coincidentes com os números oficiais já divulgados pela Direção-Geral da
Saúde, com base nas tabelas oficiais do Instituto Nacional de
Estatística, que indicam uma taxa significativamente mais baixa, de 9,5
por 100 mil.Fonte oficial da Direção-Geral
da Saúde indicou à agência Lusa que estes dados agora divulgados pela
OMS foram alvo de refutação imediata, podendo vir a ser analisados e
corrigidos.