Suécia vai aumentar até 30 mil euros a ajuda para o regresso dos migrantes
13 de set. de 2024, 17:48
— Lusa/AO Online
“Estamos a
dar novos passos na reorientação da política de migração”, afirmou em
comunicado o ministro da Migração, Johan Forssell, que é apoiado pelo
partido de extrema-direita Democratas da Suécia (SD).Atualmente,
um adulto pode receber um subsídio de regresso no valor máximo de
10.000 coroas (879 euros), 5.000 coroas (439 euros) por criança e um
máximo de 40.000 coroas (3.512 euros) por família.“Este
subsídio existe desde 1984, mas é relativamente desconhecido, é baixo e
poucas pessoas o utilizam”, comentou Ludvig Aspling, deputado do SD,
durante a conferência de imprensa de apresentação das novas medidas de
política de migração.O deputado considera que, se fosse aumentado e publicitado, um maior número de migrantes poderia provavelmente utilizá-lo.De acordo com o ministro, no ano passado apenas uma pessoa aceitou o subsídio.Um
montante muito mais elevado poderia atrair várias centenas de milhares
de migrantes que se encontram em situação de desemprego de longa duração
ou cujo rendimento tem de ser complementado pela assistência social
para sobreviver”, afirmou o deputado sueco.“Pensamos que este público poderá estar interessado”.No
entanto, um relatório de investigação encomendado pelo Governo e
tornado público em agosto tinha desaconselhado um aumento substancial do
subsídio de regresso, considerando que não seria muito eficaz, tendo em
conta o seu custo.O autor do relatório, Joakim Ruist, considera que esta medida poderia também abrandar os esforços de integração dos migrantes.Outros
países europeus estão a oferecer o regresso assistido: mais de 13.000
euros na Dinamarca, cerca de 1.300 euros na Noruega e até 2.500 euros em
França.O líder conservador Ulf
Kristersson chegou ao poder em outubro de 2022, formando um bloco
maioritário com os Democratas da Suécia, com base num programa de
coligação que incluía uma forte redução da imigração.O partido SD ficou em segundo lugar nas eleições legislativas de 2022, com 20,5% dos votos.A
Suécia endureceu a sua política de imigração nos últimos anos,
restringindo o reagrupamento familiar e aumentando o salário mínimo
necessário para conceder autorizações de trabalho a migrantes de fora da
União Europeia.O Governo quer também
facilitar a deportação de imigrantes que consumam drogas, tenham
ligações a grupos criminosos ou “ameacem os valores fundamentais da
Suécia”.Desde a década de 1990, a Suécia
tem acolhido um grande número de pessoas que desejam imigrar para o
país, principalmente de regiões em conflito, incluindo a antiga
Jugoslávia, a Síria, o Afeganistão, a Somália, o Irão e o Iraque.Só
em 2015, durante a crise migratória europeia, a Suécia acolheu 160.000
requerentes de asilo, a taxa de acolhimento per capita mais elevada da
União Europeia.Mas 2015 marcou um ponto de
viragem, pois o governo social-democrata da altura declarou que já não
poderia prosseguir a sua “política de portas abertas”, anunciando a
substituição da autorização de residência permanente por uma autorização
de residência temporária.