Suécia diz que fugas de gás no Nord Stream 1 pararam mas continuam no outro gasoduto
3 de out. de 2022, 16:43
— Lusa/AO Online
O operador dos
gasodutos submarinos que ligam a Rússia à Alemanha, a Nord Stream AG,
tinha anunciado no sábado o fim das fugas no Nord Stream 2, devido à
pressão insuficiente para que pudesse haver fugas do gasoduto.Quatro
grandes fugas de gás, que têm estado a libertar dezenas de milhares de
toneladas de gás, atingiram os dois gasodutos ao largo da ilha
dinamarquesa de Bornholm desde o início da semana passada.As
fugas, que geraram bolhas gigantescas, foram localizadas em águas
internacionais, sendo que duas delas foram detetadas na zona económica
exclusiva (ZEE) sueca e as outras duas na ZEE dinamarquesa.De acordo com as autoridades dinamarquesas, as fugas, em forte declínio, deviam ter parado este fim de semana.Do
lado sueco, a principal fuga afetou o Nord Stream 1, enquanto uma menor
se verificou no Nord Stream 2, e é esta que ainda está ativa hoje,
adiantou a guarda costeira em comunicado.Durante
um voo realizado hoje de manhã, “a maior fuga já não era visível, mas a
pequena, por outro lado, voltou a aumentar", a gerar bolhas no mar numa
área de "cerca de 30 metros", de acordo com as fontes suecas.Explosões
subaquáticas equivalentes a "centenas de quilos" de explosivo TNT
(trinitrotolueno) estão na origem das fugas descobertas nos gasodutos
Nord Stream 1 e 2 em águas internacionais ao largo da ilha dinamarquesa
de Bornholm, e "todas as informações disponíveis indicam que estas
explosões são o resultado de um ato deliberado", disseram a Suécia e a
Dinamarca num relatório oficial enviado às Nações Unidas.Suspeita
de estar na origem das fugas, a Rússia tinha contra-atacado já na
quarta-feira, apontando o dedo aos Estados Unidos e solicitando uma
reunião do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira.A Gazprom, o gigante russo do gás, disse hoje entretanto que a pressão estabilizou nos dois gasodutos e que as fugas pararam.Na
sua conta na rede social Telegram, na primeira declaração sobre o
estado das instalações após o incidente, a Gazprom adianta que está
agora a trabalhar para reduzir a pressão do cabo B do gasoduto Nord
Stream 2.A empresa explicou que "isto
permitirá uma revisão segura da integridade desse cabo, além de reduzir
potenciais riscos ecológicos em caso de possível fuga de gás"."No
caso de ser tomada a decisão de começar a fornecer o gasoduto Nord
Stream 2 B, na sequência da revisão da integridade do sistema e da
confirmação dessa possibilidade por parte das entidades reguladoras, o
gás natural será bombeado de volta para o gasoduto", segundo a Gazprom.O
porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, não descartou
hoje a possibilidade de restabelecer a operação dos gasodutos, mas disse
que "não há qualquer entendimento" sobre quando isso poderá acontecer.Nenhum
dos gasodutos estava a funcionar quando ocorreram as fugas, o primeiro
há semanas parado para manutenção, segundo Moscovo devido a problemas
técnicos, e o segundo nunca esteve operacional, porque o chanceler
alemão, Olaf Scholz, suspendeu o projeto após o reconhecimento russo das
autoproclamadas repúblicas separatistas do Donbass (leste da Ucrânia)
em fevereiro passado.