“Sucesso” no primeiro dia de vacinação no São João no Porto mas segurança continuará
Covid-19
28 de dez. de 2020, 11:45
— Lusa/AO Online
“Foi um dia de confiança e de esperança. Tínhamos programado algo
ambicioso e difícil: vacinar 2.125 profissionais [de saúde]. E depois de
um dia que foi longo, conseguimos vacinar 2.125 profissionais (…). Isto
não nos impele a reduzir a segurança do processo. Vamos e temos todos
de manter as normas de segurança que são necessárias para cumprir com o
objetivo de imunidade que a todos nos motiva”, disse Fernando Araújo.Em
jeito de balanço, mas também de apelo, o presidente do conselho de
administração do CHUSJ – que falava aos jornalistas ao lado da cadeira
onde esta manhã recebeu a vacina o médico infecciologista António
Sarmento, o primeiro português a ser vacinado contra a covid-19 –
descreveu que “não foi registada nenhuma reação adversa grave” e apenas
“seis ou sete casos de reações ligeiras”.Foram vacinados no
Hospital de São João, no Porto, mais de 2.000 médicos, enfermeiros,
assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico e terapêutica de
serviços referenciados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) naquele
hospital.Este número corresponde a cerca
de 30% do universo total de profissionais de saúde do CHUSJ e a “cerca
de metade” do número de pessoas elegíveis por serem consideradas “grupo
prioritário”.Fernando Araújo referiu que
agora o hospital preparará a operação relativa à segunda toma, agendada
para 17 de janeiro, também a um domingo, e mostrou-se “confiante” de que
a restante população hospitalar terá acesso à vacina “o mais breve
possível”.“Esperamos que seja muito em
breve. Hoje, a senhora ministra [da Saúde] disse exatamente isso e
exatamente neste local onde nos encontramos. Disse que muito em breve
teremos vacinas para vacinar todos os profissionais que o desejem”,
referiu o responsável.Isto porque,
reconheceu o presidente do conselho de administração, “a pressão sobre o
hospital vai continuar”, uma vez que “poderá haver um aumento de
incidência, fruto eventualmente de um contacto social maior da época [de
Natal]”.“Estamos preparados para todas as eventualidades. Acredito que o pior já passou”, disse.Questionado
sobre se o CHUSJ está disponível para “emprestar” instalações a
eventuais “megaoperações” de vacinação semelhantes, mas dedicadas à
comunidade em geral, Fernando Araújo foi perentório na resposta: “O
hospital é de todos. Estamos disponíveis para o que o SNS [Serviço
Nacional de Saúde] precisar e o Ministério da Saúde pedir"Enquanto
falava à imprensa, ladeavam Fernando Araújo o diretor dos Serviços
Farmacêuticos, Pedro Soares, o diretor do Centro de Ambulatório, Xavier
Barreto, o diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina
Intensiva do Hospital de São João, Nelson Pereira, a diretora clínica do
CHUSJ, Maria João Baptista, o diretor do Serviço de Saúde Ocupacional,
Pedro Norton, a enfermeira supervisora, Paula Costa, bem como a diretora
do Centro de Gestão de Informática e Serviço de Sistemas de
Tecnologias, Informação e Comunicação, Maria João Campos.Fernando
Araújo agradeceu “o esforço enorme” a todos os profissionais que
estiveram envolvidos na operação, num total superior a uma centena,
enumerando serviço a serviço, sem esquecer o papel dos voluntários.