Subsídios sociais têm de ser usados de forma reprodutiva

19 de out. de 2010, 06:42 — Lusa/AO On line

  “Independentemente de qualquer orçamento, quer se viva num país rico ou pobre, com dificuldades ou não, os recursos têm que ser aproveitados de uma forma económica e racional”, defendeu em declarações à agência Lusa o fiscalista, questionado sobre a atual crise económica e financeira do país. Ressalvando que falava enquanto fiscalista e não como vice-presidente do PSD, Diogo Leite Campos adiantou que “não se pode desperdiçar dinheiro” e que os temas de hoje são “sentido social, economia e racionalidade”. “O objetivo é dirigir os recursos cada vez mais escassos, tanto do Estado, como das empresas, para fins sociais relevantes e assegurar que esses fins sociais são obtidos”, sustentou, acrescentando que defende este modelo já algum tempo. Utilizado em diversos países, nomeadamente em França, onde permitiu nos últimos anos a criação de 500 mil empregos, o fiscalista exlicou que “a simples entrega de dinheiro para satisfazer os direitos fundamentais das pessoas, como saúde, educação, apoio aos idosos e alimentação, tem vindo a ser substituído por prestações em espécie”. “Quando se dá um subsídio de refeição é preciso que o beneficiário coma a refeição. Quando se dá um subsídio de creche é preciso que as crianças vão efetivamente para a creche. Quando se dá um subsídio para o idoso é necessário que beneficie efetivamente desse subsídio para alojamento e saúde”, exemplificou, realçando que isso também permite o desenvolvimento de serviços e a criação de empregos. Considerou também um “desperdício” que a administração central e local, empresas e instituições atribuam subsídios sociais “sem a garantia de que essa atribuição vai alcançar o fim social a que se dirige”. Optando por não falar sobre o Orçamento de Estado para o próximo ano, Diogo Leite Campos apenas disse: “Enquanto fiscalista nunca gostei do aumento de impostos”. Sublinhou ainda que a “crise não se vão eternizar". “Espero que dentro em breve Portugal volte a crescer, porque se não estamos perdidos. Estou seguro que o país é capaz de desenvolver programas de desenvolvimento económico que nos leve a sair da crise”, sustentou.