Suborçamentação dos hospitais foi de 154,8 ME

Hoje 11:18 — Nuno Martins Neves

Os montantes dos compromissos e obrigações assumidos pelos três hospitais da Região excederam, em 2024, 154.857.332,4 euros, de acordo com os relatórios de Verificação Interna de Contas, realizado pela Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas (SRATdC), divulgados ontem.Isto significa que o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), de Ponta Delgada, o Hospital Santo Espírito, da ilha Terceira (HSEIT), e o Hospital da Horta (HH) gastaram bem acima do que estava previsto para o ano passado, fixando a suborçamentação deste setor nos 154,8 milhões de euros (ME). Um valor que, contudo, está em linha com o registado em 2023 (156 ME), segundo a comparação feita pelo Açoriano Oriental, tendo por base os relatórios do SRATdC.Reportando aos dados de 2024, o Hospital dePontaDelgada é responsável por mais de metade do valor(85,8 ME) da suborçamentação das três unidades hospitalares, seguindo-se o HSEIT (44,2 ME) e o HH (24,7 ME).No contraditório, o Conselho de Administração do HDES(que em 2024 foi presidido por Manuela Gomes de Meneses até 31 de outubro, e por Paula Macedo, de novembro em diante) espelha a dependência das verbas do Serviço Regional de Saúde e a sua suborçamentação.“A atividade do Hospital encontra-se fortemente dependente dos níveis de financiamento atribuídos pela tutela, os quais se têm revelado insuficientes para financiar o nível de cuidados de saúde exigidos, condicionando, conforme referido, de sobremaneira a gestão desenvolvida pelo Conselho de Administração”, assinala o SRATdC. Os três hospitais dos Açores continuam na lista de entidades da Administração Regional em incumprimento, por assumirem compromissos superiores aos fundos disponíveis. Estas violações das normas respeitantes à execução orçamental são “suscetíveis de gerar responsabilidades financeiras sancionatórias”, aponta o SRATdC.Ao HDES, ao HSEIT e ao HH foram emitidos recomendações, tanto do âmbito da “Legalidade e regularidade financeira”, nomeadamente com o cumprimento das normas de execução orçamental - ou seja, gastar apenas  o que está previsto no orçamento anual - como de transparência, relativamente à publicação e divulgação de documentos.