Stoltenberg admite que Europa tem que estar preparada para mais refugiados
Ucrânia
29 de nov. de 2022, 11:59
— Ana Raquel Lopes/Lusa/AO Online
“Claro
que temos que estar preparados para mais refugiados atravessarem o
resto da Europa. Isto é uma guerra, é uma guerra brutal e há um ataque
deliberado a serviços críticos: aquecimento, luz, água, gás. E claro que
o objetivo disso é infligir o máximo de sofrimento possível aos civis
ucranianos para tentar quebrar o seu compromisso e a sua unidade contra a
invasão da Rússia”, declarou Jens Stoltenberg. O
secretário-geral da NATO falava aos jornalistas à entrada da reunião do
Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política da
NATO, que vai juntar hoje e quarta-feira ministros dos Negócios
Estrangeiros no Palácio do Parlamento, em Bucareste, capital da Roménia.
O líder norueguês salientou que já
milhões de pessoas se viram forçadas a abandonar a Ucrânia desde o
início da guerra em fevereiro, muitas delas com destino à Roménia, país
fronteiriço, “perto de três milhões”, sublinhando a importância desta
reunião ter lugar em Bucareste.Stoltenberg
mostrou-se “absolutamente certo” de que o presidente da Federação
Russa, Vladimir Putin, “não vai ser bem sucedido” e que os civis, as
forças armadas e os líderes ucranianos “não vão quebrar”. “Estes
ataques brutais contra infraestruturas críticas civis só estão a
encorajar os Aliados a fazer ainda mais, porque temos que garantir que a
Rússia não ganha”, vincou. A ofensiva
militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a
fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de
deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de
acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de
refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial
(1939-1945).A invasão russa – justificada
pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de
“desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi
condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem
respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de
sanções políticas e económicas.A ONU
apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e
10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos
reais.