STAL exige aumento dos salários para responder à perda “brutal” do poder de compra
25 de ago. de 2022, 08:28
— Lusa/AO Online
“Os trabalhadores não prescindem de exigir o
aumento dos salários, que reponha a perda de poder de compra, que foi
brutal durante este ano”, afirmou o presidente do STAL, José Correia, em
declarações à agência Lusa.O dirigente
sindical falava no âmbito de um convívio de celebração do 47.º
aniversário do STAL, que juntou cerca de 130 pessoas no Jardim de
Santos, em Lisboa, vindas de todo o país, inclusive das 22 direções
regionais do sindicato, incluindo das regiões autónomas da Madeira e dos
Açores.“É um momento de confraternização
que temos aqui, mas também de preparação para a luta”, disse o
presidente do STAL, indicando que o aumento do salário mínimo para 850
euros é uma questão prioritária entre as reivindicações dos
trabalhadores da administração local, uma vez que aproximadamente 20%
dos cerca de 130 mil trabalhadores da administração local e regional em
todo o país, incluindo o setor empresarial local, auferem o salário
mínimo.O sindicato enviou ao Governo “uma
carta aberta contra o empobrecimento”, que está também a ser entregue
nos órgãos municipais, referiu José Correia, adiantando que o executivo
nacional (PS), em negociações que encerrou em junho com o STAL, afirmou
que “não irá rever a questão de um aumento extraordinário de salários
este ano”, apesar de a taxa de inflação em julho ter atingindo os 9,4% e
da atualização salarial ter sido de 0,9% este ano.“Há
uma perda do poder de compra brutal”, reforçou o dirigente sindical,
referindo que essa preocupação será incluída na proposta reivindicativa
para 2023, no âmbito do Orçamento do Estado, em que “o Governo vai ter
que negociar com os sindicatos”.Além da
reposição do poder de compra perdido este ano, com “um aumento dos
salários imediato”, o STAL defende a revogação do SIADAP – Sistema
Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública e
a correção da Tabela Remuneratória Única.“Iremos
discutir com os trabalhadores, a partir do início de setembro, a sua
mobilização para exigir isto, que levará, com certeza, à aprovação de
formas de luta que, neste momento, obviamente, não consigo antecipar,
mas que vamos discutir com os trabalhadores o prosseguimento e a
intensificação da luta, provavelmente no mês de outubro”, declarou José
Correia.Questionado sobre a
disponibilidade do Governo para avançar com o salário mínimo, com
efeitos a partir de janeiro de 2023, o presidente do STAL respondeu que
compete ao sindicato “lutar” para que tal se concretize, realçando que
essa é uma “velha máxima” que tem permitido conquistas ao longo dos seus
47 anos de existência.“Após vários anos,
continuamos sem que o Governo dê resposta a um conjunto de
reivindicações que são justas, que são urgentes, que são necessárias,
que são possíveis e que nós reclamamos, particularmente a perda de poder
de compra, mas a questão que tem a ver com as carreiras e com a
dignificação do estatuto de trabalhador da administração local”, frisou o
dirigente sindical.De acordo com o STAL, o
poder de compra dos trabalhadores em Portugal “diminuiu, em média,
15,4% desde 2009”, afirmando que “são 13 anos consecutivos a perder
poder de compra, o que é inaceitável”.