SPEA desafia açorianos e madeirenses a contar aves a partir de casa
Covid-19
7 de abr. de 2020, 14:59
— Lusa/AO Online
As duas aves de rapina assumem especial importância no controlo de pragas de ratos nos dois arquipélagos.O
milhafre é uma ave que pode ser vista na maioria das ilhas do
arquipélago dos Açores e apenas nas Flores e no Corvo não tem presença
regular.Anualmente, a SPEA organiza um
censo de milhafres para recolher dados daquela espécie nos Açores,
enquanto na Madeira promove a contagem de mantas."Pela
primeira vez, este ano não poderá ser realizado nos moldes habituais",
explica a SPEA numa nota divulgada hoje, em que convida os residentes
nos arquipélagos dos Açores e Madeira a contar milhafres ou mantas "a
partir de casa, durante o mês de abril", para manter vivo o censo que
"vinha sendo desenvolvido há 14 anos". O
XV Censo de Mantas (Buteo buteo harterti) na Madeira e de Milhafres
(Buteo buteo rothschildi) nos Açores estava previsto para o fim de
semana passado, mas foi cancelado, devido ao plano de contingência para
evitar a propagação do covid-19. Por este
motivo, a SPEA convida a todos os colaboradores deste censo e novos
interessados a contar durante o mês de abril estas aves "desde a sua
janela, varanda ou jardim". A proposta é
dedicar algum tempo, preferencialmente entre as 10:00 e as 14:00, a
observar o céu e a contar os milhafres ou mantas que podem ser vistos a
partir das residências. Esta informação
poderá ser enviada para a SPEA até 30 de abril, através da aplicação
PortugalAves/eBird, por e-mail ou diretamente no evento da rede social
Facebook criado para o efeito. "Embora
esta iniciativa não permita avaliar a tendência populacional da espécie
este ano, uma vez que não será possível repetir a metodologia de anos
anteriores, os dados recolhidos contribuirão para um melhor conhecimento
da distribuição da espécie", explica a entidade.De
acordo com a SPEA, "as mantas ou os milhafres são espécies emblemáticas
dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, sendo os autênticos
protagonistas do céu diurno no mês de abril e tendo um papel importante
no controlo de pragas, como por exemplo os roedores". No caso dos Açores, o milhafre ou queimado é a única espécie de ave de rapina diurna que reside no arquipélago. Na Madeira, além da manta, existem outras três espécies de rapina: o fura-bardos, o francelho e a coruja-das-torres.