SPAC assinala revelações “vergonhosas” na comissão de inquérito que dão “razão aos alertas”
TAP
10 de abr. de 2023, 17:15
— Lusa/AO Online
Num
comunicado enviado aos seus associados e a que a Lusa teve hoje acesso, o
SPAC “repudia as afirmações da ex-administradora [Alexandra Reis]
quanto à sua responsabilidade nos hipotéticos acidentes de aviação na
companhia TAP, relembrando que Alexandra Reis nunca foi ‘Accountable
Manager’ ou ‘Nominated Post Holder’”.De
igual forma, o sindicato diz que “é bom saber” que, segundo Alexandra
Reis, os responsáveis pela segurança das operações aéreas devem “ter
remunerações e, portanto indemnizações, em linha com essa enorme
responsabilidade”, e acrescentou que tal será tido em conta na atual
negociação do acordo de empresa.O sindicato insiste que os pilotos são “os últimos responsáveis” pela condução segura dos voos.O
SPAC condenou, também, a conduta da ex-administradora durante o
processo de despedimento coletivo e no apadrinhamento do “algoritmo
iníquo e até ilegal proposto pela consultora BCG”.No
documento, o sindicato recordou, também, a indemnização de 500.000
euros paga a Alexandra Reis para a sua saída da empresa, que “não teve
limite e foi paga de uma só vez”, ao invés das indemnizações pagas pelas
rescisões por mútuo acordo, cuja determinação foi que “fossem
fracionadas no tempo e que tivessem um limite máximo”.No
geral, o SPAC refere que a companhia aérea tem sofrido pela
interferência “abusiva e ignorante” dos seus governantes, que leva a
empresa a enfrentar “diversos problemas”.“O
público em geral está agora a começar a perceber estes problemas, mas
os trabalhadores da TAP têm vindo a chamar a atenção para os mesmos há
muitos anos”, refere o sindicato.Nesse sentido, chega mesmo a considerar que “o maior dos males da TAP é a sua conveniente desgovernação”.“Permite
relações tóxicas entre governantes e gestores executivos, levando a
negócios sombrios e fatais, opções de gestão operacional erráticas, bem
como, a atribuição de cargos a ‘boys’ do sistema, e à troca dos mesmos, e
ainda à contratação milionária de assessorias jurídicas”, atirou o
sindicato, que insiste que os governantes da TAP “parecem estar acima da
lei”.Ainda no capítulo da má governança, o
SPAC recorda o “negócio caricato dos aviões cargueiros que causou
prejuízos superiores a 40 milhões” e lamenta que a TAP seja uma empresa
financeiramente debilitada que poderia ser “economicamente viável, se
não fosse pelo capital de irresponsável destruição de valor criado pela
sua gestão”.“A TAP é uma empresa pública
de importância vital para Portugal, e é crucial que a sua gestão seja
eficiente, responsável e respeitosa com os seus trabalhadores”, pediu o
sindicato, que diz estar comprometido em “lutar por esses valores”.A estrutura exige ainda o fim da “interferência política” e da “gestão irresponsável” na companhia aérea.