SOS Amianto alerta para falta de máscaras e fatos no mercado nacional
8 de jul. de 2020, 08:46
— LUSA/AO online
Em comunicado, a SOS Amianto diz que fez um
levantamento no mercado nacional em matéria de remoção de amianto e
constatou que "o fornecimento de máscaras de proteção adaptadas para
filtros rosca do tipo P3 e fatos tyvec tipo 5/6, imprescindíveis para a
remoção deste tipo de materiais, estão a escassear no mercado nacional".De
acordo com o grupo integrado na associação ambientalista Quercus, estes
materiais estarão a ser encaminhados para a proteção dos profissionais
de saúde para o combate à covid-19 e outros ficaram retidos na alfândega
devido à falta de conformidade Comissão Europeia (CE).No
entendimento do grupo, esta é uma situação preocupante uma vez que o
Governo anunciou recentemente a remoção de estruturas de amianto em 578
escolas para o período de pausa escolar. A
SOS Amianto adianta também ter recebido denúncias que relatam que, pela
falta de fatos e máscaras de proteção, os técnicos utilizam as
proteções durante vários dias consecutivos.
“Desta forma colocam em risco a saúde e segurança dos trabalhadores
dado que as fibras de amianto ficam ‘agarradas’ aos fatos, numa das
operações que requer mais rigor nos procedimentos de proteção contra a
inalação destas fibras carcinogénicas”, alerta o grupo.A
SOS Amianto realça também que em Portugal não existem empresas
habilitadas para a remoção de amianto em número suficiente para garantir
a intervenção nas 578 escolas nos próximos dois meses e meio, num
período em que os equipamentos de proteção individual estão a ser
condicionados para responder à pandemia. “Por
este motivo tememos que, para cumprir o calendário, se recorra a
empresas sem qualificação e não preparadas para este nível de exigência,
não respeitando os critérios de higiene, segurança e saúde necessários
para o manuseamento deste tipo de carcinogénico”, frisou o grupo da
Quercus.A SOS Amianto lembra que durante
oito anos foram removidos coberturas e elementos em fibrocimento em
cerca de 200 escolas, o que se traduz numa média anual de apenas 25,
sendo dificilmente exequível a remoção de amianto em 578 escolas, em
apenas dois meses e meio.“De notar a
evidente dificuldade laboratorial, para execução e contagem de medições
da concentração de fibras em suspensão no ar, assim como a resposta
deficiente relativamente a transporte e gestão/eliminação destes
resíduos”, é referido na nota.“A remoção
de amianto nas escolas é prioritária em Portugal, mas para resolvermos
um problema não podemos criar outro, nem expor trabalhadores ou futuros
utilizadores destes espaços ao risco de exposição ao amianto”, alerta a
coordenadora da SOS AMIANTO, Carmen Lima, citada na nota.Por
isso, a SOS Amianto considera fundamental definir um calendário de
intervenções, para o próximo ano, considerando os cenários possíveis em
período de Covid-19.