Autor: Lusa/AO Online
“A nossa prioridade para Ponta Delgada nestes próximos quatros anos é a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos. Quando falamos de segurança e qualidade de vida, falámos, desde logo, de concretizar a tão adiada coesão territorial e social”, afirmou Sónia Nicolau na apresentação do programa eleitoral, na Escola Profissional Eprosec, nos Arrifes.
A candidata anunciou a intenção de criar uma unidade municipal de intervenção social para “garantir segurança, mas acima de tudo restituir a dignidade”.
“Quem aceitar ajuda poderá contar com a Câmara Municipal, mas precisamos de ter bem presente que, por vezes, importam mecanismos mais firmes de intervenção e nesses casos importa sinalizar as situações perante outras entidades como a Autoridade de Saúde e Ministério Público”, salientou.
A cabeça de lista do movimento independente à presidência da maior câmara dos Açores disse querer investir em casas para a classe média, “requalificar imóveis devolutos da autarquia” e “construir habitação em terrenos camarários envolvendo cooperativas”.
“Comprometemo-nos a afetar anualmente quatro milhões de euros de receitas do IMT para promover habitação acessível para a classe média”, avançou.
Nos transportes, Sónia Nicolau fixou como objetivo “acabar com o caos da mobilidade” através da construção de uma central de camionagem, do ordenamento do estacionamento e da gratuitidade e reformulação das linhas das minibus (rede de pequenos autocarros).
A candidata prometeu implementar uma “frente unida pelo centro histórico” para proteger o comércio na baixa da cidade e “modernizar” o Mercado da Graça.
“Comigo a presidente da câmara, os feirantes e clientes serão respeitados. Serão ouvidos. As decisões serão tomadas em conjunto. Nós vamos fazer do Mercado de Graça o melhor mercado regional dos Açores”, declarou.
Sónia Nicolau, que já foi membro da Assembleia Municipal e deputada regional pelo PS, defendeu, também, a recolha seletiva porta a porta e a adoção de medidas para assegurar um turismo “sustentável e organizado”.
“Há que disciplinar a circulação de carros de aluguer no interior das freguesias de Mosteiros e Sete Cidades e limitar os novos alojamentos locais por rua na avaliação com os alojamentos ativos”, exemplificou.
A cabeça-de-lista do movimento cívico independente desafiou o atual autarca e candidato do PSD, Pedro Nascimento Cabral, para um debate sobre o concelho “no local e hora que escolher”.
“Desafio-o a debater propostas concretas para Ponta Delgada e não candidatos ou percursos pessoais. A devolver Ponta Delgada aos cidadãos e não a tornar refém de decisões autoritárias. A falar de futuro e não a lamentar-se do passado. Desafio-o a explicar o seu falhanço na habitação”, atirou.
São sete os candidatos à Câmara de Ponta Delgada nas eleições de 12 de outubro: o social-democrata Nascimento Cabral, Isabel Rodrigues (PS/BE/PAN/Livre), Alexandra Cunha (IL), José Pacheco (Chega), Henrique Levy (CDU), Sónia Nicolau (Ponta Delgada Para Todos) e Rui Matos (ADN).
No atual executivo camarário, o PSD (que venceu as eleições de 2021 com 48,76%) tem cinco elementos contra quatro do PS (que obteve 37,33%), enquanto na Assembleia Municipal (51 membros) os sociais-democratas têm 25 mandatos.