Autor: Lusa/AO online
Falando aos jornalistas em Darmstadt, Alemanha, Stephan Ulamec, gestor do 'Philae', o primeiro engenho espacial da História a pousar na superfície de um cometa, disse haver indícios de não ter havido disparo do arpão que visa prender a sonda ao núcleo do cometa.
“Isso poderia significar que estamos assentes em material macio e não estamos seguramente ancorados” na área do cometa, explicou Stephan Ulamec, assinalando que ainda falta perceber onde e como é que "realmente pousou", questões que deverão ser respondidas dentro de “poucas horas”.
Logo após a sonda Philae pousar com sucesso na superfície do cometa '67/P Churyumov-Gerasimenko', a ESA anunciou na rede socoal Twitter que a análise feita aos dados de telemetria indicava que "os arpões não dispararam, como primeiro se pensou" e a equipa que acompanhou o percurso de aterragem do robot 'Philae' admitiu outras “opções de readaptação” dos arpões.
A sonda pousou às 16:02, segundo o centro de controlo de operações da ESA, localizado em Darmstadt, na Alemanha.
O 'Philae' é o primeiro engenho espacial da História a pousar na superfície de um cometa, o que alguns especialistas comparam em termos de importância científica e complexidade técnica à chegada à Lua ou à missão japonesa Hayabusa, que em 2005 inspecionou a superfície de um asteróide.
O robot 'Philae' separou-se da sonda espacial 'Rosetta', à qual viajou acoplado durante 10 anos, às 09:03 horas de hoje e pousou, tal como previsto, sete horas depois.
A 'Rosetta' chegou em agosto perto do '67P/Churyumov-Gerasimenko', depois de uma viagem de 10 anos através do sistema solar, para estudar a sua origem, numa altura em que o cometa ainda não está ativo, sem projetar material formando a tradicional "cauda", porque está localizado a uma distância de 450 milhões de quilómetros do Sol.
A "aterragem" do 'Philae', que representa um verdadeiro desafio tecnológico, ocorreu numa zona designada 'Agilkia', situada num lado do cometa onde chega a luz solar, energia que permitirá alimentar o pequeno robot.
A missão do robot 'Philae' é medir o campo magnético do cometa e realizar testes, até 30 centímetros de profundidade, dos materiais da superfície na fase de atividade máxima, enquanto se aproxima do Sol.
A ESA quer estudar a cauda do cometa, averiguar a água que o corpo celeste possui e perceber se o líquido é como o da Terra, bem como analisar a existência de moléculas complexas.