Sonda espacial chinesa aterra no lado distante da Lua
2 de jun. de 2024, 07:51
— Lusa
A sonda Chang'e 6, lançada no início de
maio do Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na ilha tropical
chinesa de Hainan (sul), pousou como planeado na imensa bacia Aitken, no
Pólo Sul lunar, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no
sistema solar, afirmou a Administração Espacial chinesa, citada pela
agência oficial de notícias Xinhua. Esta
missão é a sexta do programa chinês de exploração da lua Chang'e,
nomeado em homenagem à deusa chinesa da Lua, e será a segunda a trazer
amostras lunares de volta à Terra, após uma primeira no lado próximo do
corpo celeste, em 2020. Na nova missão, o
módulo irá usar um braço mecânico e um perfurador para recolher até 2
quilos de material de superfície e subterrâneo, a enviar de volta à
Terra numa cápsula que está atualmente a orbitar a Lua.Um
projétil no topo do módulo levará as amostras até à nave em órbita num
recipiente de vácuo de metal, que será transferido para uma cápsula de
reentrada que deve regressar à Terra nos desertos da região da Mongólia
Interior da China, por volta de 25 de junho.As
missões para o lado distante da Lua são consideradas mais difíceis
porque exigem um satélite de retransmissão para manter as comunicações.Entre
as recentes conquistas espaciais da China estão a exploração de Marte e
a construção da sua própria estação espacial, Tiangong, para onde
regularmente envia tripulações.A ambição
espacial da China continua a crescer, com a possibilidade de Tiangong se
tornar na única estação espacial em funcionamento, caso a Estação
Espacial Internacional, tal como previsto, seja retirada. O
programa lunar faz parte de uma crescente rivalidade com os Estados
Unidos e outros países, incluindo o Japão e a Índia, para explorar o
espaço. A China tem como objetivo colocar
uma pessoa na Lua antes de 2030, o que a tornaria a segunda nação a
fazê-lo depois dos Estados Unidos. A
agência espacial norte-americana NASA planeia colocar astronautas na Lua
novamente — pela primeira vez em mais de 50 anos — embora no início
deste ano tenha adiado para 2026 a data-alvo.