Autor: Lusa/AO Online
“Os dias não são fáceis para a governação e estes atos das pessoas são atos profundos, de quem sente que quem tem que governar não tem dias fáceis, e elas querem partilhar também essa vontade de resistir às adversidades”, afirmou o primeiro ministro.
Sócrates disse que já assiste às cerimónias do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas “há muitos anos e é sempre a mesma coisa, há sempre quem aproveite para manifestar as suas antipatias”.
“Já não ligo, porque quem está no exercício destas funções tem que ter uma carapaça relativamente a isso. É claro que eu preferia que não manifestassem num dia de unidade, como é o Dia de Portugal, mas estou muito habituado a isso e já não me afeta pessoalmente”, assegurou o primeiro ministro à entrada para o Teatro Municipal de Faro, onde decorre a sessão solene.
José Sócrates considerou que “este é o dia em que devemos promover os valores que nos unem e não os que nos dividem” e salientou: “Houve também pessoas que quiseram ser simpáticas comigo, porque elas compreendem que este é um momento muito exigente para a governação e sabem que está a governar tem que pensar em tudo menos em agradar, tem que pensar em servir o seu país e o seu dever”.
Sobre o discurso do presidente da República, Cavaco Silva, na cerimónia militar, em que disse que os cortes orçamentais nas forças armadas comprometem a soberania de Portugal, Sócrates considerou que “o país fez sempre o que devia com as suas forças armadas, que foi investir na sua modernização”.
“E depois do 25 de abril a reorganização do exército português fez-se num nível e numa intensidade adequadas. Acho que todos os progressos têm sido feitos, quer na reestruturação, na reorganização, mas também na modernização das forças armadas, têm sido adequados”, acrescentou.
O chefe de governo considerou ainda que “os portugueses têm investido nessa reorganização convencidos de que estão a fazê-lo em prol do interesse do país, e as forças armadas têm-se destacado ultimamente na defesa da soberania nacional, que hoje não se defende dentro de portas, mas defende-se estando presente nas missões de paz e nas missões internacionais, onde as nossas forças armadas se têm destacado”.
“A modernização do nosso exército sofreu nos últimos anos é motivo de orgulho para todos os portugueses”, afirmou o primeiro ministro.