Sociedade Conserveira Açoriana Lda. é “o maior embaixador da Marca Açores no mundo”
#Empresa
10 de dez. de 2024, 17:00
— Made in Açores
Rogério Veiros foi o promotor e líder do projeto desde esse momento, é também o gerente. Pouco mais de dois anos de atividade com muito trabalho, desde a primeira hora. “O desafio imediato foi a reposição de “stocks” de produto acabado, o cumprimento de contratos de abastecimento ao mercado e otimizar e melhorar a eficiência da operação fabril. De seguida e sobretudo na sequência da inflação provocada pela crise ucraniana, todas as dificuldades de abastecimento e gestão das alternativas à escalada dos preços do metal, óleo de girassol, papel e todos os outros”, refere a empresa, que acrescenta que tudo tem sido possível com “otimismo e resiliência” pela “capacidade e dinâmica da equipa da SCA”.Ainda assim, o maior desafio de todos foi a escassez de mão de obra: “Em 2022 foi a transição com a cessão de exploração da Santa Catarina e o desafio imediato da transição em continuidade e ainda as consequências da rotura mundial do óleo de girassol; em 2023 e 2024 os maiores desafios foram a falta de mão de obra disponível em São Jorge, transversal a todo o mercado regional, e o dramático aumento do preço do azeite de mais de 100%”. No caso da mão de obra, a solução foi recorrer a recursos humanos de Cabo Verde. Quanto ao azeite, nas conservas de atum são utilizadas, em média, 120 toneladas por ano.O aumento do preço do azeite em virtude da fraca safra de 2023/2024 levou a mais um obstáculo a vencer. “Não podemos refletir no preço ao consumidor todo este aumento, pelo que temos de sacrificar as nossas pequenas margens. Há o desafio de um maior controlo aquando da receção de modo que a qualidade e segurança alimentar, em nenhum momento, sejam comprometidas”, enfatizam. Apesar de tudo, os resultados positivos são visíveis: “Os níveis de produção e crescimento estão consolidados e as nossas vendas e exposição aos mercados nacional e internacional estão a crescer a bom ritmo e a dois dígitos anuais. O nosso plano de investimentos com vista a aumentos de produtividade, otimização dos processos produtivos, capacitação dos nossos recursos humanos e também a vertente não menos importante da inovação e sustentabilidade com vista a um futuro mais ‘verde’, está em curso, nunca esquecendo o compromisso entre os recursos do presente e as incertezas do futuro".Têm 130 funcionários e uma vasta gama de produtos: conservas de atum em azeite, óleo de girassol, tomate, ao natural e outros, nas marcas Santa Catarina, Mestre Saul, a marca de produtos “premium”, com a afamada “Ventresca”, Bonito dos Açores, Bela Aurora e Petiscada. Estão a lançar no mercado os patés, “que se distinguem da concorrência pelo seu sabor e textura únicas”, uma vez que desenvolvemos tecnologia própria para fabricar um paté como aquele que fazemos nas nossas casas - foi lançado na sua versão normal e picante. Além disso, estamos sempre a trabalhar em novos produtos, novas apresentações e atualizações de imagem pois a dinâmica de mercado assim o exige.Impacto dos mercados internacionaisOlhando para o presente e futuro, há uma grande preocupação em cima da mesa: “a potencial incerteza/escassez da disponibilidade do atum dos Açores, pois esta origem é um dos fatores diferenciadores das nossas marcas, sobretudo nos mercados internacionais”. A presença é forte em vários continentes - mais de 30 países, incluindo Canadá, Japão, Moçambique e Lituânia – mas há ainda a vontade de chegar à Oceânia. As vendas no estrangeiro são responsáveis por 35% dos ganhos totais, sendo a preferência “os filetes de atum em azeite delicadamente temperados com pimenta da terra, molho cru, orégãos, alho da Graciosa, funcho, etc. embrulhados como se de um presente se tratasse e ainda os frascos de vidro com os nossos elegantes filetes de atum em azeite cortados em belíssima esquadria pelas mãos hábeis das nossas colaboradoras, sobretudo mulheres que representam 80% da nossa equipa”.Produtos que homenageiam as ilhasO “maior embaixador da Marca Açores no mundo” mantém o foco na diferenciação de produtos dos que já existem no mercado e a adição de valor a uma lata de atum”. “Hoje, estamos a lançar produtos ‘premium’ com sabores delicados, com uma apresentação ainda mais cuidada, de modo a ir buscar segmentos de consumidores que aspiram a uma maior indulgência no ato de consumo de uma conserva. Também estamos a lançar edições especiais com latas embrulhadas em aguarelas em homenagem à ilha onde nascemos, diversas apresentações que ilustram quatro locais icónicos de São Jorge e, mais recentemente, uma coleção dedicada a todas as outras ilhas açorianas; este produto já vem dar resposta à nova realidade do turismo açoriano”.A fábrica Santa Catarina labora cerca de 1900 toneladas de atum inteiro por ano, sendo que diariamente nunca menos de oito a nove toneladas; cerca de 120 toneladas de azeite assim como muitos outros molhos, para produzirem mais de oito milhões de latas por ano.