Sociedade civil pede a Francisco que incentive a prevenir abuso sexual e violência doméstica
Timor/Papa
5 de set. de 2024, 11:30
— Lusa/AO Online
“Apreciamos as
recentes ações da Igreja para lidar com o abuso de mulheres e crianças,
mesmo quando cometidos por membros do clero, e pedimos a sua santidade
que incentive os líderes e o povo de Timor-Leste a tomar medidas mais
eficazes para prevenir o abuso sexual e a violência doméstica”, pode
ler-se na carta distribuída à imprensa, depois de ter sido entregue na
representação do Vaticano, em Díli.Segundo
o Comité para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres, da ONU, em Timor-Leste metade das mulheres entre 15 e 49
anos já sofreu violência.Na carta, a
Fongtil salienta os progressos registados por Timor-Leste, desde a
restauração da independência, nomeadamente a realização de eleições
livres e democráticas, mas adverte para a dependência dos recursos
provenientes do gás e do petróleo, que são “limitados”, e para os
desafios que persistem.“Timor-Leste
continua a enfrentar muitos desafios, incluindo problemas estruturais,
educação universal de qualidade, água potável, habitação para o povo,
nutrição, soberania alimentar, estradas rurais e saúde pública”,
sublinha.As organizações
não-governamentais timorenses pedem também ao Papa, que inicia
segunda-feira uma visita de três dias ao país, para que fale em “nome
dos pobres e marginalizados” e manifestam o apoio a Francisco na luta
contra as alterações climáticas.Em relação
aos apelos do Papa Francisco para o “diálogo” e fim dos conflitos no
mundo, a Fongtil lembra o povo do Saara Ocidental e da Papua Ocidental,
que “continuam a procurar justiça e direitos humanos”.“A
presença de Sua Santidade pode ajudar a trazer a atenção da comunidade
internacional para os povos que estão ocupados ou dominados por outros”,
conclui o Fórum das ONG de Timor-Leste.O
Papa Francisco chega na próxima segunda-feira a Díli no âmbito de um
périplo que teve início terça-feira na Indonésia, onde vai permanecer
até sábado, seguindo depois para a Papua Nova Guiné.Da
Papua Nova Guiné, o Papa viaja para Díli, onde vai permanecer até
quarta-feira, seguindo depois para Singapura, onde termina a viagem pela
região.Do programa do Papa em Díli, além
de uma missa em Tasi Tolu, na terça-feira, constam um encontro com
jovens, sociedade civil, autoridades, corpo diplomático, elementos da
igreja e uma visita à escola das “Irmãs Alma”.