Sobe para 62 número de mortos em naufrágio no sul de Itália
Migrações
27 de fev. de 2023, 11:06
— Lusa/AO Online
As
operações de busca estão a cargo da Capitania dos Portos e da Guarda
Financeira e desde as primeiras horas da manhã além de mergulhadores,
estão a ser utilizados helicópteros.De
acordo com os sobreviventes, no barco que partiu há quatro dias da costa
turca, estavam cerca de 200 imigrantes do Iraque, Irão, Afeganistão e
Síria estavam a bordo. Esta manhã foram
recuperados mais três corpos, o de um homem na praia junto ao local onde
ocorreu o naufrágio, outro foi localizado no mar, a cerca de 400 metros
da costa, por um barco patrulha da Guarda Costeira e o terceiro foi
encontrado em Le Castella, perto do local do acidente, segundo a
comunicação social local.Entre as vítimas
mortais registadas até ao momento, 14 são menores, incluindo várias
crianças e um recém-nascido e 33 mulheres, segundo o Ministério do
Interior.Dos 81 sobreviventes, 19 tiveram
que ser internados no hospital, enquanto os restantes foram transferidos
para o centro de acolhimento na cidade vizinha de Isola di Capo
Rizutto.Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.A
primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que o Governo está
empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em
tragédias como a de domingo, e prometeu continuar a fazê-lo, “exigindo
sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem”.Por
sua vez, o Presidente da República, Sergio Mattarella, pediu “um forte
compromisso da comunidade internacional para eliminar as causas
profundas dos fluxos migratórios: guerras, perseguições, terrorismo,
pobreza, territórios inóspitos devido às mudanças climáticas”.Mattarella pediu também à União Europeia para prestar maior assistência a Itália na gestão dos fluxos migratórios.Este
naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas
regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo
executivo dominado pela extrema-direita.A
nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de
cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no
Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do
mundo para os migrantes.A localização
geográfica da Itália torna-a um destino privilegiado para os requerentes
de asilo que se deslocam do Norte de África para a Europa e Roma há
muito que se queixa do número de chegadas no seu território.Em
reação a esta tragédia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von
der Leyen, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola,
pediram aos Estados-membros que acelerem um acordo sobre política
migratória.Segundo o Ministério do
Interior, quase 14.000 migrantes desembarcaram em Itália desde o início
do ano, contra cerca de 5.200 durante o mesmo período do ano passado e
4.200 em 2021.