Só Portugal, Malta e Islândia vacinaram mais de 75% da população na Europa
Covid-19
30 de set. de 2021, 16:03
— Lusa/AO Online
“Os
países da UE/EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] que ainda
não atingiram uma cobertura vacinal anticovid-19 suficientemente elevada
nas suas populações totais e que planeiam aliviar as intervenções
não-farmacêuticas [medidas restritivas] nas próximas duas semanas,
correm um risco elevado de ter um aumento significativo de casos,
hospitalizações e mortalidade a partir de agora até ao final de
novembro”, adverte o ECDC (sigla inglesa) num relatório divulgado esta quinta-feira.No
documento com uma nova avaliação de risco sobre a doença, o centro
europeu contextualiza que, “até agora, apenas 61% da população total da
UE/EEE está totalmente vacinada”, destacando que “só três países -
Malta, Portugal, Islândia - vacinaram mais de 75% da sua população
total”.Isto significa, então, que existem
“grandes proporções da população da UE/EEE ainda suscetíveis à infeção”,
pelo que se mantém, na Europa, “o risco de existir uma subida
significativa dos casos, hospitalizações e mortalidade nos próximos dois
meses devido a uma circulação muito elevada do vírus”, insiste o
organismo.Acresce que “os indivíduos
vulneráveis totalmente vacinados continuam a incorrer no risco de sofrer
uma infeção com resultados graves”, alerta o ECDC.Ainda
assim, os países que, como Portugal, têm uma elevada cobertura vacinal
contra a Covid-19, correm menos risco de ter um pico de casos,
internamentos e mortes a partir de agora até ao final de novembro,
estima o centro europeu.Isto, “a menos que se verifique um declínio rápido da eficácia da vacina devido ao declínio da imunidade”, ressalva.No
relatório, o ECDC prevê também mais casos de Covid-19 entre crianças,
pelo que exorta à adoção de medidas como distanciamento físico,
restrições aos ajuntamentos, higiene das mãos e melhor ventilação em
ambientes escolares.Para a restante
população, e particularmente para os mais vulneráveis e trabalhadores da
área da saúde, a agência europeia sugere a vacinação contra a gripe
sazonal, que “será essencial para mitigar o impacto nos indivíduos e nos
sistemas sanitários nos próximos meses da potencial circulação dos dois
vírus”.Em comunicado, a diretora do ECDC,
Andrea Ammon, destaca que “uma combinação de elevada cobertura vacinal e
redução eficaz do contacto é crucial para reduzir o risco de elevada
carga de Covid-19 nos sistemas de saúde este outono”.“Os
países devem esforçar-se continuamente por aumentar a sua cobertura
vacinal em todos os grupos etários elegíveis, independentemente dos
atuais níveis de cobertura vacinal e para limitar o peso das infeções
causadas pela variante Delta”, adianta Andrea Ammon, propondo ainda a
manutenção das restrições na UE/EEE “até ao final de novembro”.Atentando
apenas na UE, 75% dos adultos estão já totalmente vacinados, mas ainda
há países com uma cobertura vacinal muito baixa, como a Bulgária ou a
Roménia, onde estas percentagens rondam, respetivamente, os 20% e 30%.Reagindo
no Twitter ao relatório de hoje do ECDC, a comissária europeia da
Saúde, Stella Kyriakides, alerta os países que, “se as medidas de
proteção forem levantadas sem mais vacinações contra a Covid-19, os
casos aumentarão”.