SNS terá mais atividade nas tolerâncias de ponto do que em fins de semana normais
Hoje 11:08
— Lusa/AO Online
"Temos
uma atividade, hoje e sobretudo no dia 26 [sexta-feira], que não é a
atividade de fim de semana, é mais do que aquilo que habitualmente se
faz aos fins de semana", assegurou Álvaro Almeida aos jornalistas,
durante uma visita ao Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia
(distrito do Porto), parte da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho.Segundo
Álvaro Almeida, "há metade dos profissionais que fazem tolerância no
dia 26 e outra metade no outro dia, e dessa forma asseguram alguma
atividade normal, alguma atividade de consultas, cirurgias mais
prioritárias, consultas agudas"."Estamos a
responder para assegurar que não tenhamos um período muito longo, que
seriam cinco dias, se fosse assim, para não termos cinco dias seguidos
sem atividade para além da atividade de urgência. O SNS respondeu dessa
forma e as unidades estão a assegurar esses níveis mínimos de
funcionamento", disse o responsável.Sobre a
redução das cirurgias durante esta época de Natal, o diretor-executivo
do SNS distingiu "a redução da atividade que resulta de termos cinco
dias de tolerância de ponto, feriados e fim de semana" do facto de
"haver unidades, nomeadamente aquelas que já estão no nível três dos
planos de contingência, onde os seus planos de contingência nesse nível
pressupõem a suspensão da atividade cirúrgica, primeiro da atividade
cirúrgica adicional e depois mesmo a atividade cirúrgica base".No
primeiro caso, Álvaro Almeida disse que a primeira atividade que é
reduzida "é a atividade programada não prioritária", havendo "uma série
de cirurgias não prioritárias que não vão ser realizadas", até porque "a
maior parte das unidades já não tinham programado cirurgias para o dia
26, porque é uma época em que as pessoas não gostam de ter cirurgias",
apontou.Quanto aos hospitais que estão no
nível três de contingência - Álvaro Almeida referiu 10, entre os quais
as ULS Tâmega e Sousa, Entre Douro e Vouga, Braga ou Amadora-Sintra, não
precisando mais - os planos para tal situação "pressupõem a suspensão
da atividade cirúrgica, primeiro da atividade cirúrgica adicional e
depois mesmo a atividade cirúrgica base"."Isso
acontece por quê? Porque o problema principal do acesso às urgências é a
dificuldade de internar todas as pessoas que necessitam. E, portanto,
para libertar camas, para internar as pessoas que entram pela urgência,
suspende-se a atividade cirúrgica, porque assim temos mais camas
disponíveis para responder à procura proveniente da urgência", explicou o
responsável.Já questionado acerca dos
tempos de espera em hospitais como o Fernando da Fonseca (conhecido como
Amadora - Sintra, no distrito de Lisboa), Álvaro Almeida disse que
"infelizmente isso é uma realidade que não é só de hoje, dia de
tolerância de ponto, é uma realidade habitual", já que é uma ULS "que
tem uma grande percentagem da população, cerca de um terço, sem médico
de família, o que significa que não tem uma resposta nos cuidados
primários"."Aqui acresce, nas últimas
semanas, um período epidémico de gripe que vem aumentar a procura em
todo o país e, portanto, nessas unidades onde a capacidade de resposta
já é menor, nota-se mais este problema", afirmou Álvaro Almeida.Os
hospitais públicos devem garantir que têm profissionais suficientes
para poder dar altas aos utentes nos três dias em que o Governo concedeu
tolerância de ponto, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.No
despacho indica-se que compete aos dirigentes dos serviços de saúde
identificar os trabalhadores indispensáveis ao funcionamento dos
serviços, nomeadamente nos de internamento, para assegurar que é
possível dar alta a doentes hoje, a 26 e 31 de dezembro.