SNS está preparado para faturar serviços prestados
18 de dez. de 2024, 13:03
— Lusa/AO Online
“Não
é por falta de sistema que se deixa de faturar a todos os que se
dirijam ao Serviço Nacional de Saúde”, disse Sandra Cavaca, que foi ouvida na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do Chega e
do PS, sobre o acesso de cidadãos estrangeiros ao SNS.Questionada
pelos deputados, a responsável esclareceu que “o sistema responde na
faturação”, acrescentando que “é da responsabilidade de cada ULS
[Unidade Local de Saúde] fazer o acolhimento dos cidadãos, sejam
nacionais ou estrangeiros”.“O sistema está
preparado para faturar. Há que obter os dados necessários para a
faturação, como acontece em qualquer unidade privada”, acrescentou.Sandra
Cavaca explicou que o âmbito de atuação dos SPMS se cinge à gestão e
manutenção dos sistemas de informação e garantiu que, apesar de serem
antiquados, já é possível fazer cruzamento de dados, por exemplo, com a
Segurança Social ou as Finanças.Disse
ainda que os sistemas usados no SNS têm dados disponíveis para análise,
que deverão ser analisados pela Direção Executiva do SNS ou pela
Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).A
chamada da responsável dos SPMS à comissão de Saúde ocorre no âmbito de
diversas audições pedidas na sequência da divulgação no início do mês
de um relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que
indicava que o SNS atendeu mais de 100 mil cidadãos estrangeiros não
residentes num ano.Segundo notícias
divulgadas na imprensa, em quase quatro anos (de 2021 a 30 de Setembro
último) foram atendidas cerca de 330 mil pessoas estrangeiras não
residentes em Portugal nos hospitais públicos.O
relatório distingue ainda o número de pessoas estrangeiras não
residentes em Portugal assistidas nas urgências hospitalares do SNS não
abrangidas por seguros, protocolos, convenções internacionais, acordos
de cooperação ou Cartão Europeu de Seguro de Doença, referindo que, em
2023, estavam nesta situação um total de 43.264 pessoas (42,3% do total
de estrangeiros não residentes), um número que subiu nos primeiros nove
meses deste ano para 45.476.A este
respeito, Sandra Cavaca explicou que todos os utentes que entram no
sistema têm um número de identificação e que, se não houver entidade
financeira a quem atribuir o pagamento, “é a própria pessoa que tem de
pagar”.