SNPVAC satisfeito com "intenção inequívoca do Governo" de defender TAP
Covid-19
12 de mai. de 2020, 17:48
— Lusa/AO Online
“Nesta fase difícil que
todos atravessamos, é com muito agrado que vemos a intenção inequívoca
do Governo em defender a TAP Air Portugal”, afirma o presidente do
SNPVAC, Henrique Louro Martins, citado em comunicado.“Desta
forma, o Governo português reconhece à empresa a sua importância
estratégica para o nosso país, tanto na vertente económica, como também
na social”, continua o dirigente sindical.O
SNPVAC sublinha o seu “contentamento” face à preparação de um plano de
ajuda de emergência por parte do Governo à TAP perante a “preocupante
situação que a companhia aérea atravessa neste momento de pandemia”.No
comunicado, o sindicato frisa que “sempre defendeu que o Estado
português deveria ter um papel fundamental e relevante na comissão
executiva da companhia aérea, bem como nas decisões estratégicas, de
forma de salvaguardar os interesses nacionais”. “Considerando
que, mais do que um acionista, o Governo português deve impor a sua
condição de Estado Soberano com um maior controlo na companhia e com uma
relação de poderes adequada”, pode ler-se no documento.O
ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu hoje que uma injeção
repartida entre o acionista privado e o Estado seria "a forma mais
tranquila de conversar" sobre uma capitalização da TAP, empresa
impactada pela pandemia de covid-19.Questionado,
em entrevista à TSF, se uma injeção igual entre o acionista privado da
TAP (consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa) e
o Estado seria o caminho mais adequado para a empresa, Mário Centeno
respondeu que "essa seria seguramente a forma mais tranquila de
conversar a respeito de uma empresa que é detida pelas duas partes"."Seguramente
quando temos uma empresa que é detida por vários acionistas, o papel
dos acionistas é acudir às empresas quando elas estão em dificuldade",
defendeu o também ministro de Estado, acrescentando que para manter "a
estabilidade da governação da TAP [...] seria necessário que houvesse
uma resposta das duas partes".Respondendo
sobre se caso o Estado seja obrigado a capitalizar a empresa numa
proporção maior que o acionista privado, e se concordava com a afirmação
do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, de
que "deve ser o povo português a mandar" nesse caso, o ministro das
Finanças afirmou que essa "é uma tautologia bastante útil nestes
momentos"."Se o Estado tiver de ser
chamado com responsabilidades financeiras acrescidas, tem que haver um
entendimento estratégico e do percurso que a empresa fará com esse
dinheiro e com o recurso a esse dinheiro que tem de envolver o Estado",
afirmou o governante com a pasta das Finanças.Já
sobre a nacionalização, Mário Centeno disse não ver, "neste momento,
nenhuma empresa que tenha a necessidade imperiosa e inultrapassável" de
passar por esse processo.