"Situação vai piorar em 2023 porque muitos conflitos vão descontrolar-se"
Refugiados
28 de dez. de 2022, 15:13
— Lusa/AO Online
A pobreza, a escassez de
alimentos e as alterações climáticas serão fatores agravantes de crises
como as da Ucrânia, Afeganistão, Myanmar (antiga Birmânia), República
Democrática do Congo, região do Chifre da África, Sahel e América
Central, considerou.“As políticas
restritivas, a crescente polarização em torno da política de asilo e as
narrativas prejudiciais sobre refugiados estão a causar grandes danos”,
disse Grandi, citado pela agência espanhola de notícias Efe.O
número de pessoas que tiveram de deixar as suas casas devido a
perseguições, guerras e violações de direitos humanos ultrapassou, este
ano, os 100 milhões, o que mostra claramente o fracasso da comunidade
internacional em encontrar soluções duradouras para conflitos e em
proteger direitos fundamentais, referiu o alto-comissário das Nações
Unidas.Filippo Grandi destacou ainda que
os doadores - estatais e privados - mostraram mais generosidade do que
nunca este ano, mas as necessidades daqueles que foram forçados a
deslocar-se cresceram ainda mais rapidamente, obrigando o Alto
Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) a tomar decisões difíceis
sobre prioridades.As deslocações forçadas
tornaram-se num desafio global agravado pelo facto de muitos conflitos
se manterem acesos desde há muito tempo, pelo que Grandi defendeu que as
soluções passam pela integração dos refugiados e deslocados nas
comunidades de acolhimento, pela sua realocação em países terceiros e
pelo regresso aos seus países caso as condições o permitam.Perante
a posição de alguns países que não cumprem as suas obrigações
internacionais, o alto-comissário defendeu que a agência que dirige vai
continuar a defender os princípios da Convenção dos Refugiados de 1951, e
pediu que outras organizações e agentes façam o mesmo.O
momento para os Estados, o setor privado, a sociedade civil e as
instituições financeiras reafirmarem os seus compromissos com esta causa
será o II Fórum de Refugiados, que será realizado em dezembro de 2023,
lembrou.