Situação de calamidade na Serra da Estrela para repor a normalidade na área
Incêndios
29 de ago. de 2022, 10:15
— Lusa/AO Online
O Governo declarou, na quinta-feira, a
situação de calamidade no PNSE, em consequência dos danos causados pelos
incêndios florestais.A resolução do Conselho de Ministros foi hoje publicada em DR e “entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação”.Segundo
o documento, com data de quinta-feira e assinado pela ministra da
Presidência, Mariana Vieira da Silva, o Conselho de Ministros resolveu
declarar, em consequência dos danos causados pelos incêndios rurais
registados no mês de agosto, a situação de calamidade no PNSE, “pelo
período de um ano, para efeitos de reposição da normalidade na respetiva
área geográfica”.O Governo também
deliberou determinar “a realização de um procedimento de inventariação
dos danos e prejuízos provocados pelos incêndios rurais registados no
mês de agosto de 2022 no Parque Natural da Serra da Estrela, bem como
pelos incêndios registados nos concelhos com área ardida acumulada, em
2022, igual ou superior a 4500 ha [hectares] ou a 10 % da respetiva
área, aferida através do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios
Florestais ou do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios
Florestais”.O procedimento visa a
identificação das medidas necessárias ao nível da proteção civil,
atividade económica, famílias, emprego, equipamentos de resposta social,
conservação da natureza e florestas, habitações, infraestruturas e
agricultura, que se dividem em dois tipos: de resposta de emergência
(destinadas a reparar os danos causados pelos incêndios nas atividades
económicas, habitats, rede hidrográfica, habitações e infraestruturas,
visando assegurar as condições básicas para reposição da normalidade da
vida das populações e das empresas) e estruturais de prevenção, de
restauro e promoção da biodiversidade e da paisagem e de relançamento da
economia.A resolução do Conselho de
Ministros determina, ainda, que a inventariação dos danos e prejuízos
provocados pelos incêndios é realizada “no prazo de 15 dias pelas
Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional territorialmente
competentes, pela Direção Regional de Agricultura e Pescas
territorialmente competente, pelo Instituto do Turismo de Portugal, I.
P., pelo Instituto da Segurança Social, I. P., pelo Instituto para a
Conservação da Natureza e das Florestas, I. P., e pela Agência
Portuguesa do Ambiente, I. P., em articulação com os municípios
abrangidos”.O Governo lembra no documento
que no dia 06 de agosto, o PNSE, integrado no Estrela Geopark Mundial da
UNESCO, e regiões limítrofes, “registaram um incêndio de grandes
dimensões, que afetou sobretudo os concelhos de Belmonte, Celorico da
Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda e Manteigas”.O
incêndio “originou um conjunto de danos e prejuízos em áreas de
vegetação natural, nos cursos de água, na floresta, nos matos e
matagais, no mosaico agroflorestal, nos prados e pastagens, nos habitats
naturais e, ainda, em muitos geossítios classificados”.Segundo
dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas,
estima-se uma área total ardida naqueles concelhos de cerca de 22 mil
hectares do PNSE e na Zona Especial de Conservação PTCON0014 - Serra da
Estrela, território que integra o Estrela Geopark Mundial da UNESCO.“Da
área percorrida pelo incêndio, 16% tem utilização agrícola, 10%
corresponde a águas interiores, 33% a floresta, 20% a matos e pastagens,
09% tem utilização urbana e 12% é improdutiva”.A
serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 06 em
Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e que foi
dado como dominado no dia 13.O fogo sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 à noite.As
chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de
Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o
concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.Na
quinta-feira, o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade
para o PNSE, afetado desde julho por fogos, conforme pedido pelos
autarcas dos territórios atingidos.