SITEMA pede reestruturação da TAP com “coragem” e “objetivos claros e transparentes”
TAP
22 de out. de 2020, 12:30
— Lusa/AO Online
“Queremos, e
estamos apostados, numa reestruturação que seja feita com coragem e com
objetivos claros e transparentes”, refere o sindicato em comunicado.Para
o SITEMA, a TAP é uma empresa vital e estratégica para o nosso país, “o
seu papel é importantíssimo para a indústria do turismo, para a ligação
à diáspora, pela posição geográfica do país, pela captação de divisas
tão importantes para o equilíbrio da balança corrente e, por último,
pelo seu potencial enquanto indústria que trabalha com tecnologia de
ponta e mão-de-obra altamente qualificada e especializada”.O
sindicato apela assim a uma reestruturação que sirva os interesses da
TAP “e que limpe da equação todos os que não servem a TAP, mas que se
servem da TAP”.“Os colaboradores da TAP
nunca foram parte do problema, antes pelo contrário, é devido ao seu
profissionalismo, dedicação e empenho, que a empresa granjeou o bom nome
que tem em Portugal e no mundo, é graças aos seus trabalhadores que
esta é uma das poucas marcas portuguesas conhecidas e respeitadas no
mundo”, sinaliza.“Nós, trabalhadores desta
tão prestigiada empresa, estamos cansados de carregar às costas um peso
e um estigma para o qual não contribuímos, não somos nós o problema da
TAP, não fomos nós que contribuímos para o atual estado da empresa,
fomos e somos nós que sempre nos sacrificámos e acreditámos que a TAP
tem solução e vamos lutar por ela”, acrescenta.No
negócio da manutenção de aeronaves, segundo o SITEMA, a TAP sempre se
orgulhou de ter um nome respeitável com inúmeros clientes e prémios a
nível internacional.“A área da Manutenção
de Aeronaves, seguramente é uma das grandes responsáveis por um dos
maiores bens da TAP, a sua segurança, e é também devido ao trabalho e
profissionalismo dos seus técnicos de manutenção de aeronaves, que a sua
operação é uma das mais seguras, não só da Europa, mas do mundo, como
ficou demonstrando recentemente num estudo com as maiores companhias
aéreas mundiais”, refere.A TAP não poderá assim correr o risco de diminuir a sua dimensão e com isso comprometer o seu futuro, refere.“Acima
de tudo, neste momento é importantíssimo que sejam criadas as condições
de organização, competência, rigor organizacional e de gestão, que
possibilitem aquilo pelo qual todos nós lutamos no nosso dia-a-dia: o
sucesso e a dignificação da empresa e do nome de Portugal”, finalizam.Na
quarta-feira, a Autoridade da Concorrência (AdC) deu 'luz verde' ao
reforço do Estado na TAP, com a aquisição de 22,5% do capital da
companhia, que se somam aos 50% já detidos pela Parpública.Em
02 de julho, o Governo anunciou que tinha chegado a acordo com os
acionistas privados da TAP, para deter 72,5% do capital da companhia
aérea portuguesa, por 55 milhões de euros.No
início de agosto, os acionistas da companhia aérea brasileira Azul,
liderada por David Neeleman, aprovaram, em assembleia-geral, o acordo de
saída da TAP, incluindo a eliminação de direitos de converter em ações
das obrigações relativas ao empréstimo da Azul à TAP, realizado em 2016,
de 90 milhões de euros, e a alienação da posição da Global AzurAir
Projects na TAP.Além do empréstimo
remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões - ao qual podem acrescer
254 milhões, sem que o Estado esteja vinculado à essa disponibilização
-, envolveu a aquisição, por parte do Estado português, de participações
sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações
acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.Desta
forma, o Estado português ficou com uma participação social total de
72,5%, sendo o restante capital detido pelo empresário Humberto Pedrosa
(22,5%) e os trabalhadores (5%).O Grupo
TAP registou um prejuízo de 606 milhões de euros no primeiro semestre,
dos quais 582 milhões se referem exclusivamente à aviação (TAP S.A.).