Sistema financeiro europeu está numa situação "excelente"

Banca

24 de out. de 2007, 18:37 — Lusa / AO online

"Os bancos [europeus] não estão numa situação delicada, o sistema financeiro está numa situação excelente. Não há problema de liquidez", garantiu o responsável numa conferência no Porto sobre riscos financeiros na perspectiva da empresa. Para Pulido Martinez, antes da "actual turbulência" que afectou os mercados internacionais e que foi despoletada pela crise no segmento imobiliário norte-americano 'suprime' (de alto risco), os bancos estavam com uma situação de solvência "muito importante". "Acreditamos que o risco actual é passageiro e que quando o mercado de crédito comece a normalizar-se, como já o está a fazer desde o início de Outubro, a banca vai voltar a uma situação normal, com um modelo financeiro fortalecido", disse. Para o analista, em Agosto, quando se falava num "medo" de falta de liquidez da banca, os créditos a privados - famílias e empresas - cresceu acima dos 12 por cento e por isso não houve desaceleração do crédito, mas sim um temor de que isso acontecesse. "Quando o mercado se normalizar, esse temor irá necessariamente desacelerar-se", frisou. O que pode demorar mais um pouco, na opinião do analista, é que os investidores voltem a ter confiança em aplicações com maior alavancamento financeiro, apostando num maior controle do risco e na maior transparência da valorização, o que acaba por ser "bom" para o sistema. De acordo com Pulido Martinez, a "complexidade" da turbulência nos mercados demorará assim mais alguns meses a passar, mas quando ultrapassada, a banca sairá ganhadora na medida em que irá controlar mais o risco. As agências de 'rating', por sua vez, vão passar a controlar melhor os efeitos "colaterais". Para os próximos cinco anos, Pulido Martinez recomenda algumas formas de adaptar o custo de financiamento, nomeadamente através do embaratecimento dos financiamentos, aproveitando a expectativa a favor de curvas futuras "mais positivas", especialmente em produtos de maior alavancamento. O especialista do BBVA estima assim que a economia mundial resista a mais uma crise financeira, devido, por um lado, ao crescimento dos países emergentes (China e Índia) e, por outro lado à manutenção de juros baixos e do dólar fraco.