Sistema de Segurança Interna garante estar atento à situação no país
Ciberataques
11 de fev. de 2022, 18:41
— Lusa/AO Online
“O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna tem assumido um
papel de acompanhamento estreito da evolução da situação junto das
autoridades competentes envolvidas no processo, tendo o cuidado de não
interferir nos trabalhos de cada entidade, mas procurando estar atento a
situações que possam escalonar para outro nível, no âmbito da segurança
interna, que necessitem a sua coordenação”, diz o gabinete de Paulo
Viseu Pinheiro, numa resposta enviada à agência Lusa sobre os recentes
ataques informáticos, nomeadamente à Vodafone Portugal.A
nota do secretário-geral do SSI refere que o processo de investigação
decorre pela Polícia Judiciária e Ministério Público e realça que
“existe uma colaboração muito estreita dentro dos serviços de segurança e
serviços de informação”.O gabinete
daquele que é considerado o “superpolícia” explicou também que a
investigação aos recentes ataques informáticos ( à Vodafone Portugal e
ao grupo Germano de Sousa) está atribuída à PJ, órgão de polícia
criminal competente nesta matéria, em articulação com o Serviço de
Informações de Segurança e Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS).Remetendo
detalhes sobre os ciberataques para o Relatório Anual de Segurança
Interna (RASI) de 2021, o Sistema de Segurança Interna citou o relatório
riscos e conflitos, da equipa de resposta a incidentes de
cibersegurança a nível nacional, que funciona no CNCS, o qual dá conta
de um aumento de 79% no volume de incidentes em 2020, comparando com
2019, uma tendência de subida que se mantêm em 2021.Na
nota, o SSI refere também que o CNCS alerta para o facto dos sistemas
informáticos não serem “suficientemente atualizados, persistindo neles
vulnerabilidades que poderiam ser mitigadas através de atualizações”. “Além
disso, a arquitetura da rede informática não é pensada numa ótica de
segregação, o que facilita a propagação e a não deteção do agente
malicioso aquando de uma intrusão no perímetro. Segundo o CNCS, tem-se
vindo a observar um crescente número de ataques que tem por base
credenciais de acesso comprometidas”, indicou o SSI.Questionado
se o atual cenário exige um reforço de meios para combater este crime, o
SSI referiu que a mitigação “dependerá de um empenho conjunto das
organizações e da sociedade civil, no incremento dos protocolos
defensivos e na sensibilização para ameaça, que resulte na elevação dos
padrões de segurança de natureza técnica, sem nunca desconsiderar o
elemento humano, muitas vezes selecionado pelos atacantes como o elo
mais vulnerável e prioritário para o início da sua ação ofensiva”. O
gabinete do secretário-geral do SSI salientou igualmente que “o
ciberespaço português é um espaço de cooperação efetiva e diária entre
as várias agências públicas nacionais com responsabilidades em matéria
de cibersegurança, que contribuem e colaboram concomitantemente para a
erosão da amplitude de ação dos inúmeros agentes de ameaça e para a
elevação dos padrões nacionais de cibersegurança”. “O
combate à cibercriminalidade está em curso, através de medidas de
caráter preventivo, nomeadamente através do reforço de formação
académica e de sensibilização pública (como por exemplo os cursos do
Centro Nacional de Cibersegurança), de iniciativas legislativas, como é
disso exemplo emblemático a recente alteração da Lei do Cibercrime e
Carta dos Direitos Humanos na Era Digital e de campanhas de
sensibilização nos canais da PJ nas redes sociais e junto da população
em geral, nomeadamente, os mais jovens”, referiu ainda.Além
do ciberataque à Vodafone Portugal, foram também recentemente alvos de
ataque informáticos os ‘sites’ do grupo de comunicação social Cofina
(Record, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Jornal de Negócios) e do grupo
Impresa (que detém a SIC e o Expresso), bem como a página da internet
da Assembleia da República.Também os Laboratórios do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa foram alvo de um ataque informático.