'SIRESP não rejeita chamadas nem falhou nos incêndios deste ano'
17 de ago. de 2022, 12:04
— Lusa/AO Online
"O
SIRESP não rejeita chamadas, sequencia chamadas, e garante dentro da
emergência mecanismos de emergência, porque não está em causa a sua
disponibilidade numa situação que coloque em risco a vida humana ou que
implique uma ação imediata, já que o sistema tem um mecanismo de
chamadas de emergência que não ficam em fila de espera", disse o
responsável a jornalistas na sede do SIRESP, uma rede de comunicação que
tem sido criticada nos últimos anos por diversas vezes devido à alegada
falta de resposta na luta contra os incêndios. Paulo
Viegas Nunes, mas também outros responsáveis da rede explicaram aos
jornalistas, no local, o funcionamento do SIRESP, com exemplos, tendo o
presidente explicado que a rede continuou a funcionar mesmo quando tudo
possa ter ardido à volta.No incêndio da
serra da Estrela, que dura há mais de uma semana, a generalidade dos
operadores ficaram sem comunicações porque as suas estruturas arderam
“mas a rede SIRESP continuou a funcionar” e foi, em muitos casos, “a
única rede que estava ativa”.“A rede
cumpriu e cumpre até hoje. Do registo que temos, desde o inicio da época
de fogos houve uma estação base que independentemente de ter ardido a
conectividade ardeu também a infraestrutura. Tal ocorreu as 18:06 e às
02:00 a estação estava reposta”, disse.Na
explicação do funcionamento da rede foi referido que os “rádios” têm
mais funções além da comunicação, como a de repetidor, aumentando o
perímetro de cobertura. “Em última análise o sistema funciona só com
rádios”, disse o presidente.Ou seja,
acrescentou, “a rede está a funcionar permanentemente” e isso não foi
contrariado no incêndio atual, da serra da Estrela, nem no incêndio de
Leiria, no mês passado, disse.Viegas Nunes
explicou que rede SIRESP tem um sistema de fila de espera, em que uma
chamada que não é satisfeita de imediato, porque há uma saturação, vai
para essa fila. Mas o que acontece muitas vezes, adiantou, é que o
operacional não atendido vai carregando na “patilha de falar”, pelo que a
chamada vai sempre para trás na fila. Se carregar apenas uma vez “entra
no sistema numa média de três segundos”, disse, frisando que o SIRESP
não rejeita chamadas.Tal situação indica
falta de formação sobre como funciona a rede? Paulo Viegas Nunes negou a
frase “falta de formação” mas admitiu que há “falta, muitas vezes, de
entendimento do funcionamento da rede”, explicando que o SIRESP está a
procurar partilhar informação sobre como a rede funciona, através de
ações que ou já decorreram ou que vão decorrer.O
SIRESP, disse, requer formação contínua, até porque está a ser
repensado e a ser preparado para a transição para outra geração de
comunicações, de banda mais larga.“Se
existe necessidade de formação no sentido lato do termo tenho a noção de
que existe”, disse. Questionado pelos jornalistas não apontou no
entanto que tenha sido essa a causa para sete bombeiros terem ficado sem
comunicações na segunda-feira, no incêndio da serra da Estrela.O
SIRESP tem cerca de 37.000 utilizadores (especialmente Proteção Civil,
GNR e PSP) e pode ir até 53.000, tanto mais que tem solicitações de
entidades que não estão diretamente ligadas a emergência e segurança do
Estado mas que estão na esfera do Estado, disse o responsável.Vitor
Custódio, que explicou o modo de funcionamento da rede, disse que se
uma das 247 estações base perder a ligação todo os rádios a ela ligados
podem continuar a funcionar. Na semana
passada o Governo anunciou que o SIRESP vai ter um novo investimento de
4,2 milhões de euros em equipamentos de redundância para assegurar as
comunicações via satélite em caso de falha dos circuitos terrestres.Esse investimento, com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, já estava programado disse Viegas Nunes.