Sintap/Açores reivindica medidas previstas na proposta de orçamento chumbada
8 de jan. de 2024, 19:25
— Lusa
“Estamos em crer que
estas três matérias são estruturantes”, afirmou o presidente do
Sintap/Açores, Francisco Pimentel, numa conferência de imprensa, em
Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.As
três medidas que o sindicato apresenta como “bandeiras fundamentais”
para 2024 constavam da proposta de orçamento regional, apresentada pelo
executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), que foi chumbada em novembro, o que
levou o Presidente da República a dissolver a Assembleia Legislativa
Regional.Numa altura em que estão marcadas
eleições nos Açores para 04 de fevereiro, o Sintap enviou uma carta
aberta aos partidos da oposição a pedir que revelassem a sua posição
sobre estas três medidas.O único partido
que se reuniu, até ao momento, com o sindicato e manifestou abertura
para votar favoravelmente estas propostas foi o BE, mas Francisco
Pimentel espera que os restantes partidos também se pronunciem.Em
causa está, por exemplo, a redução de 10 para seis pontos necessários
para a progressão obrigatória na carreira da função pública regional,
que faria com que um trabalhador progredisse ao fim de seis anos, com
uma avaliação anual de adequado, ou ao fim de três anos com uma
avaliação anual de relevante.Outra das
medidas reivindicadas pelo sindicato é o aumento de 5% da remuneração
complementar, atribuída aos funcionários públicos da região para
compensar os custos da insularidade, e o seu alargamento progressivo a
salários até 2.000 euros.“Estamos a falar
de 20.000 trabalhadores da administração pública regional e estamos a
falar de 6.000 trabalhadores da administração local, no que concerne à
questão da remuneração complementar”, alertou Francisco Pimentel.O
Sintap/Açores pede ainda a integração nos quadros, por concurso, de 536
trabalhadores precários na área da Saúde, contratados durante a
pandemia de covid-19.Neste caso, o
sindicato espera que o atual executivo, em gestão, renove os contratos a
prazo até que seja aprovado um orçamento para 2024, que habilite o
Governo Regional a abrir concursos.Apesar
de estas três medidas não terem avançado no início do ano, o
sindicalista considerou que “2023 foi dos melhores anos de sempre em
termos de resultados” laborais para os trabalhadores da administração
pública regional e das Instituições Particulares de Solidariedade Social
(IPSS) e Misericórdias.“2023 é o ano em
que se dá a maior atualização da remuneração complementar dos
trabalhadores da administração pública, 10%”, afirmou.Francisco
Pimentel destacou ainda o pagamento de retroativos da valorização das
carreiras dos funcionários do regime geral da saúde com contrato
individual de trabalho, nos hospitais da região, alegando que envolveu
“mais de 2.000 trabalhadores”.Nas IPSS e
Misericórdias, houve aumentos salariais “entre os 4 e os 7,8%” e a
Segurança Social “assumiu a regularização e pagamento dos retroativos em
falta” relativos ao congelamento das progressões das educadoras de
infância, no período entre 2010 e 2018.Foram ainda “concluídos os processos de reclassificação de mais de 30 trabalhadores das IPSS, que se arrastavam em tribunal”.O
dirigente sindical realçou também a atribuição de um complemento aos
funcionários da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), que atingiu
os 15% em 2023 e chegará aos 20% em 2024, e a conclusão do regime
jurídico da carreira dos guardas florestais.Por
fim, lembrou a assinatura de um memorando de entendimento com a Câmara
Municipal da Praia da Vitória e o Governo Regional, que vai permitir a
internalização de 27 trabalhadores da cooperativa Praia Cultural, que
tinham sido informados de que seriam despedidos.