SINTAP/Açores espera "grande adesão" à greve da função pública no dia 31
24 de jan. de 2020, 16:28
— Lusa/AO Online
“A
expectativa é alta de que haja uma grande adesão, porque as razões para
isso são evidentes. É uma proposta vergonhosa e ofensiva, que não
podemos de maneira nenhuma aceitar, para quem deu tanto para o
equilíbrio das contas públicas e agora é premiado com 0,3%. É ofensivo”,
afirmou.O dirigente sindical falava, numa
conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, à margem de um plenário
sindical, em que apontou os motivos para a greve nacional dirigida a
todos os funcionários públicos, convocada inicialmente pelo SINTAP e
pela FESAP (Federação de Sindicatos da Administração Pública), afetos à
UGT (União Geral de Trabalhadores), a que entretanto se juntaram outros
sindicatos.Segundo Francisco Pimentel, a
contestação pretende forçar o Governo da República a renegociar o
aumento dos salários da função pública em 2020, previsto em 0,3%. “Esperávamos
que em 2020 o Governo apresentasse uma proposta credível, uma proposta
de bom senso, que repusesse em parte aquilo que foi o poder de compra
perdido, ao longo destes anos – e estamos a falar em qualquer coisa como
15% –, e que fosse uma proposta que tivesse em conta a linha da
inflação previsível para 2020”, salientou. O
dirigente sindical frisou que durante uma década os funcionários
públicos estiveram sujeitos a cortes salariais, alegando que o aumento
proposto tem em conta a inflação registada em 2019 e não a prevista para
2020 (1,4%).“Não faz sentido o Estado ter
pedido em sede do Conselho Económico e Social aos empregadores privados
que fizessem um esforço de, em sede de negociação coletiva, ter
aumentos salariais na ordem dos 2,7% e depois a seguir dar o exemplo de
aumento de 0,3% para o setor público”, criticou, acusando o Governo da
República de “hipocrisia”. Francisco
Pimentel alertou ainda para a necessidade de “revisão urgente da base
das carreiras de assistente operacional, de assistente técnico e de
técnico superior”, alegando que as posições mais baixas estão a ser
“esmagadas” pelo aumento do salário mínimo, com funcionários que
trabalham há 10/15 anos a ganhar o mesmo do que os que entram agora para
a função pública.Nos Açores, existem mais
de 18.000 funcionários na administração pública regional, mais de 2.500
funcionários na administração pública local e mais de 2.000
funcionários nos três hospitais EPE. Os
aumentos salariais a aplicar na região serão de acordo com o que ficar
estipulado para o resto do país, no Orçamento do Estado para 2020.