SINTAP/Açores critica recurso a recibos verdes no Hospital do Divino Espírito Santo
22 de ago. de 2024, 15:08
— Lusa
Em causa, segundo o
SINTAP/Açores, está um anúncio do HDES, em Ponta Delgada, de
recrutamento de assistente operacional em prestação de serviços, com
disponibilidade permanente, a tempo inteiro e trabalho em regime de
turnos, que “merece a estranheza e total denúncia”.“O
SINTAP critica e denuncia o facto do HDES, uma entidade pública
empresarial regional que devia dar o exemplo, estar a promover o recurso
à figura do falso recibo verde para constituir um verdadeiro e próprio
contrato de trabalho, para a carreira de assistente operacional, em que o
trabalhador satisfaz necessidades permanentes, está subordinado a uma
hierarquia e sujeito a horário de trabalho”, lê-se num comunicado do
sindicato.Solicitando a “intervenção
corretiva” do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), a estrutura sindical
diz que o anúncio de recrutamento põe “em causa a lei e o Código do
Trabalho e vai contra a política do Governo Regional de combate aos
vínculos precários para satisfação de necessidades permanentes.O
sindicato recorda que o HDES “tem a decorrer um concurso, que se
arrasta há demasiado tempo, para o recrutamento de 25 assistentes
operacionais, e o Governo Regional assumiu o compromisso da
regularização da situação de dezenas de assistentes operacionais
contratados no âmbito da [pandemia de] covid”.“Não
se compreende de todo o presente anúncio, que gerou natural mal-estar
junto destes trabalhadores que aguardam o seu ingresso e regularização
nos hospitais da Região Autónoma dos Açores”, segundo o SINTAP/Açores.Na
terça-feira, o BE/Açores também criticou o hospital de Ponta Delgada
por estar a anunciar a contratação de assistentes operacionais em regime
de prestação de serviços, quando o Governo Regional ainda não integrou
os trabalhadores dos denominados “contratos covid”.“O
Governo [Regional] ainda nem cumpriu a sua promessa de, finalmente,
integrar as centenas de trabalhadores precários que estão há anos no
Serviço Regional de Saúde ao abrigo dos chamados ‘contratos Covid’, e já
está a criar novas situações de precariedade com a contratação de mais
trabalhadores a recibos verdes”, adiantou o BE açoriano em comunicado.Entretanto,
questionado pela agência Lusa, na sequência da nota de imprensa do
BE/Açores, o HDES respondeu na terça-feira que “o conselho de
administração do Hospital do Divino Espírito Santo não entende oportuno,
neste momento, reagir”.Já hoje, em nota
enviada à Lusa, o conselho de administração do HDES precisou que, “com
este processo de recrutamento, o Hospital do Divino Espírito Santo de
Ponta Delgada procurou, de forma célere, dar resposta à necessidade
premente de reforçar os recursos humanos”. Esta
necessidade “está consideravelmente amplificada pela atual dispersão
dos vários serviços do hospital por várias localizações diferentes”,
sendo que “trata-se de um reforço temporário e circunscrito no tempo,
que não deverá exceder os três meses”, de acordo com o HDES.O
HDES salvaguarda que, “não obstante, e comprometido que está com os
seus deveres para com a sua equipa, no futuro o hospital procurará
soluções diferentes em matéria de contratação para suprir necessidades
pontuais como esta”.