Sintap/Açores apela à Assembleia Legislativa para que aprove o Programa do Governo
12 de mar. de 2024, 18:30
— Lusa
"O que nós dizemos aqui
é relembrar que estes acordos foram assumidos, que o governo acordou
isto com os sindicatos e que a Assembleia Legislativa, no que é o seu
papel como órgão legislativo regional, aprove estes compromissos que
foram feitos com a administração pública", afirmou, numa conferência de
imprensa em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, o presidente do
Sintap/Açores, Francisco Pimentel.Em causa
estão medidas que estavam previstas na proposta de Orçamento da Região
para 2024, apresentado pelo executivo PSD/CDS/PPM, que foi chumbado em
novembro, e que voltam a constar do Programa do Governo, que será
discutido a partir de quarta-feira na Assembleia Legislativa da Região
Autónoma dos Açores, na Horta, na ilha do Faial.Em
comunicado, o Sintap/Açores refere que espera que a Assembleia
Legislativa "crie as condições necessárias" à "aprovação e execução"
destas medidas, “de preferência com efeitos a 01 de janeiro de 2024”.O
segundo executivo da coligação PSD/CDS/PPM, que tomou posse na semana
passada, integrou as medidas no Programa do Governo, mas, segundo
Francisco Pimentel, não deu, até ao momento, “garantia” de que tenham
efeitos a 01 de janeiro, como estava previsto no orçamento.“Há
aqui uma exigência e um apelo no sentido que se faça justiça, porque
não podem os cidadãos ser prejudicados por expectativas que foram
criadas legitimamente junto dos sindicatos, na sequência da negociação
coletiva”, frisou.Na campanha eleitoral
para as eleições legislativas regionais de 04 de fevereiro, o sindicato
enviou uma carta aos partidos da oposição a pedir que revelassem a sua
posição sobre as medidas reivindicadas.Francisco
Pimentel disse que só Bloco de Esquerda e Chega pediram uma reunião com
o Sintap, manifestando solidariedade com as exigências, mas o PS,
apesar de não se ter reunido, inseriu as propostas "no seu programa
eleitoral".Uma das medidas reivindicadas,
que afeta os cerca de 21 mil funcionários da administração regional, é o
compromisso de progressão nas carreiras de forma obrigatória com seis
pontos nas avaliações de desempenho.“Isto
implica uma aceleração na evolução da carreira e permite que os
trabalhadores jovens possam atingir durante a sua vida útil profissional
o topo da carreira, antes de passarem à reforma. A manterem-se as
regras que existem, estes trabalhadores podiam aspirar a chegar ao topo
da carreira com 110, 120 anos de vida”, salientou o dirigente sindical.O
Sintap/Açores exige ainda o aumento em 5% da remuneração complementar,
atribuída aos funcionários públicos regionais e da administração local, e
o seu alargamento progressivo às remunerações base até aos 2.000 euros,
em 2024 e 2025.Outra das medidas que o
sindicato quer ver executadas é a integração nos quadros da região de
cerca de 536 trabalhadores precários contratados no âmbito do programa
de combate à pandemia de covid-19.Por
outro lado, pretende ainda que seja implementada a carreira Técnica
Auxiliar de Saúde nos hospitais e nas unidades de saúde de ilha onde
haja internamento e prestação de cuidados de saúde direta com os
doentes.A coligação PSD/CDS/PPM venceu as
eleições de 04 de fevereiro, mas elegeu 26 dos 57 deputados,
necessitando de mais três para ter maioria absoluta.PS
e BE já anunciaram um voto contra o Programa do Governo, enquanto IL e
PAN remeteram a decisão para depois de conhecerem o documento e o Chega,
que chegou a exigir integrar o executivo, admitiu estabelecer um
entendimento com o PSD.O chumbo do Programa do Governo - que implica a demissão do executivo - exige uma maioria absoluta.