Sintap/Açores alerta para incumprimento de prazos de avaliação de funcionários públicos
1 de jul. de 2021, 17:21
— Lusa/AO online
“Neste
momento, o que está a acontecer, é que nós temos dezenas para não dizer
centenas, de trabalhadores que já reúnem as condições para progredir,
para mudarem de posição remuneratória, e esses trabalhadores, neste
momento, não têm a classificação para mudar”, afirmou, o presidente do
Sintap/Açores, Francisco Pimentel, numa conferência de imprensa em Angra
do Heroísmo.Segundo
Francisco Pimentel, há vários anos que se registam incumprimentos no
processo de avaliação dos funcionários públicos nos Açores, mas a
situação agravou-se com a transição entre governos regionais, que
ocorreu em novembro de 2020.A
avaliação referente aos anos de 2019 e 2020 deveria ter sido atribuída
até abril deste ano, mas isso não aconteceu em todos os serviços, de
acordo com o sindicalista.Por
outro lado, há serviços que não fixaram “parâmetros, objetivos e
competências” para esse período de avaliação, o que deveria ter ocorrido
no final de 2018.“O
que se está a assistir muitas vezes é a simulações incorretas, para não
dizer mesmo ilegais, de assinatura de avaliações de desempenho, quase
que forjadas. Isso não é correto”, frisou Francisco Pimentel.O
sindicato alertou para o atraso na definição de critérios para o ciclo
avaliativo de 2021/2020 e pediu “a responsabilização e eventualmente a
demissão dos dirigentes que, de uma forma reiterada e grave, tornam a
repetir esta situação”.“Se
não forem fixados os parâmetros, competências e objetivos agora, vamos
chegar a 2023 outra vez com uma situação de falsificação de documentos”,
salientou o dirigente sindical, alegando que esta situação tem
provocado a "desmotivação" dos funcionários.Francisco
Pimentel apelou ao Governo Regional para que dê orientações no sentido
do “cumprimento integral” dos procedimentos e prazos legais de avaliação
e para que avance “rapidamente” com a constituição da Comissão de
Recrutamento e Seleção dos Dirigentes na Administração Pública (CRESAP),
que permita garantir “o princípio da competência” na escolha dos
dirigentes.Reivindicou
ainda a convocação do Conselho Consultivo da Administração Pública dos
Açores, que “não se reúne há mais de 20 anos”, para discutir este e
outros assuntos.O
dirigente sindical revelou, por outro lado, que há abertura por parte
da Secretaria Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública
para retomar as negociações com vista à criação de um suplemento
remuneratório para os trabalhadores da Rede Integrada de Apoio ao
Cidadão (RIAC).Segundo
Francisco Pimentel, o Sintap propôs que esse suplemento fosse
equivalente a 25% do vencimento e o executivo disse que considera a
proposta “manifestamente exagerada”, mas ainda não apresentou uma
contraproposta.O
Governo Regional respondeu já depois do prazo legal de 30 dias, por
isso, o Sintap enviou, entretanto, a proposta à Assembleia Legislativa
da Região Autónoma dos Açores.“Estamos
disponíveis, como sempre, para a retoma do processo negocial com a
Secretaria Regional das Finanças, sem prejuízo de agora a Assembleia
Legislativa regional discutir ela própria a percentagem que nós
apresentámos”, avançou o sindicalista.Há
cinco anos que o Sintap/Açores reivindica a criação de uma carreira
especial ou de um suplemento remuneratório para os mais de 100
funcionários da RIAC, tendo em conta as funções “particularmente
abrangentes, complexas, responsabilizantes e exigentes” que exercem.“Vamos
a caminho de 40 trabalhadores da RIAC que pediram a mobilidade, porque
entendem que as funções que lhes pedem são demais e estão exaustos”,
alertou Francisco Pimentel.