Sintap/Açores admite avançar com greve para reivindicar aumento da remuneração complementar
16 de jan. de 2018, 20:25
— Lusa/AO Online
"Este vai ser um
cavalo de batalha do Sintap nos Açores, com possibilidade de haver
mobilização nesta matéria, com manifestações ou formas de protesto
público e eventualmente o recurso à greve, no sentido de sinalizar que é
preciso uma viragem de página, não só de reposição de rendimentos, mas
também de aumento de rendimentos, que permita colmatar aquilo que foram
as perdas de poder de compra", salientou, em declarações à Lusa,
Francisco Pimentel, presidente do sindicato.O
sindicato, afeto à UGT, apresentou, esta tarde, na Horta, o seu caderno
reivindicativo para 2018, que contempla 15 medidas que pretendem ver
implementadas na região. Entre
as principais reivindicações, está uma atualização superior a 10% da
remuneração complementar, atribuída a funcionários públicos com salários
até 1.304 euros. O
sindicato alega que esta remuneração, também conhecida por subsídio de
insularidade, "não é alvo de qualquer atualização desde 2012", quando a
"inflação acumulada ao longo dos últimos anos" já atinge mais de 13%.Outra
das bandeiras do Sintap/Açores em 2018 é, igualmente no sentido de
aumentar rendimentos, a atualização salarial para os trabalhadores das
Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e
Misericórdias, que não têm aumentos desde 2009.Francisco Pimentel admitiu também neste caso avançar com uma greve, caso a reivindicação não seja tornada realidade.O
Sintap/Açores defendeu ainda a celebração de contratos coletivos de
trabalho com os hospitais da Horta, da Terceira e de Ponta Delgada, no
sentido de dar igualdade de direitos e deveres aos trabalhadores com
contratos individuais de trabalho que assumem as mesmas funções que
outros que são considerados funcionários públicos."Há
várias dezenas, senão centenas de trabalhadores com contratos
individuais de trabalho, que não têm acesso às 35 horas de trabalho, por
exemplo", adiantou o sindicalista.Outra
das reivindicações do sindicato é a regularização das progressões das
carreiras dos educadores de infância das IPSS e Misericórdias, que terão
tido as carreiras congeladas "fruto de uma interpretação errónea", que
os equiparou aos trabalhadores da função pública.Segundo Francisco Pimentel, já há um acórdão do Tribunal da Relação, que dá razão às queixas destes trabalhadores.O
Sintap/Açores pretende ainda apelar, em 2018, ao Governo Regional para
que permita a mobilidade intercarreiras dos funcionários públicos que
reforçaram as suas qualificações profissionais e pretendem aceder a
carreiras de assistente técnico e técnico superior.O sindicalista alega que existem na região "entre uma a duas centenas" de pessoas nesta situação. O
caderno reivindicativo do Sintap/Açores para 2018 inclui ainda o
descongelamento das progressões e atualizações remuneratórias dos
trabalhadores da administração pública, já este ano, e a valorização
profissional e remuneratória dos técnicos superiores das IPSS e
Misericórdias, que na prática exercem funções públicas para o Instituto
de Segurança Social dos Açores.O
sindicato reivindica também o suprimento da falta de pessoal auxiliar
nas escolas e nos serviços de saúde e a continuação da regularização dos
vínculos precários na administração pública regional, o alargamento e
reforço da cobertura dos serviços de saúde protocolados com a ADSE na
região e o desagravamento da carga fiscal regional, entre outras
medidas.