Sindicatos de professores anunciam manifestação nacional para 23 de março
26 de fev. de 2019, 14:35
— Lusa/AO Online
A decisão foi
anunciada depois de uma reunião da plataforma que reúne as 10 estruturas
sindicais que têm negociado com o Governo a recuperação do tempo de
serviço congelado e que na segunda-feira estiveram reunidos com
representantes dos ministérios da Educação e das Finanças que voltaram a
apresentar a proposta de recuperação de dois anos e nove meses e 18
dias de tempo de serviço, quando os professores exigem a reposição de
nove anos, quatro meses e dois dias. “Esta
foi uma reunião sem novidades”, que revelou “falta de vontade do
Governo de discutir as propostas dos sindicatos", afirmou Mário
Nogueira, secretário-geral da Fenprof, um dos organismos da plataforma
sindical. No
final do encontro de segunda-feira ficou agendada para a próxima semana a
realização de uma segunda reunião negocial, mas os sindicatos afirmaram
hoje que só iriam estar presentes se a convocatória tivesse como
objetivo discutir a proposta das estruturas sindicais.“Apelamos
ao Governo para que tenha um sinal de boa-fé negocial (…) para que a
reunião de 4 de março possa ser sobre o prazo e modo de recuperação do
tempo de serviço de acordo com a proposta que apresentámos”, afirmou
João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação
(FNE).Apesar
do apelo, os sindicalistas dizem sentir que "parece não valer a pena
negociar” com o Governo e acreditam que a solução poderá estar na
Assembleia da República, tendo já decidido pedir uma reunião a todos os
grupos parlamentares no próximo dia 7 de março.As
organizações sindicais vão entregar na Assembleia da República uma
petição com 60.726 assinaturas exigindo o faseamento da recuperação
integral do tempo de serviço congelado e uma solução semelhante
encontrada para os professores da Madeira.
“Face ao bloqueio negocial imposto pelo Governo”, os sindicatos vão
pedir aos partidos políticos que avancem “através de uma lei da
República para que acabe com este problema o mais rapidamente possível
para não prejudicar o terceiro período”, afirmou Mário Nogueira.O
secretário-geral da Fenprof lembrou que “a Assembleia da República tem
uma maioria que mandou regressar às negociações (…) e essa maioria já
confirmou (esta segunda-feira) que é a favorável à recuperação de todo o
tempo de serviço”.Para
precaver que cada bancada parlamentar venha a apresentar uma proposta
que depois poderia ser chumbada pelos outros partidos, os sindicatos vão
apresentar uma sugestão que permita aos partidos encontrar uma solução
convergente, que passa pela extensão da solução encontrada para os
docentes da Madeira.Entretanto,
entre os dias 11 e 20 de março, irão decorrer plenários e reuniões em
todas as escolas do país para consultar os professores sobre eventuais
formas de luta que estão dispostos a levar a cabo, acrescentou Mário
Nogueira.Greves
a começar já este período, greve com incidência nos anos de exames ou
em todos os anos de fim de ciclo são algumas das hipóteses colocadas
sobre a mesa pela plataforma que garante que fará apenas o que os
professores decidirem.Mário
Nogueira garantiu que a “consulta será feita com um enorme rigor para
que não sejam anunciadas medidas que depois os professores não tencionam
fazer”.As medidas serão conhecidas no dia da manifestação nacional.
Noticia atualizada às 15h38