Sindicato volta a pedir "justiça" para ex-trabalhadores da Cofaco nos Açores
13 de jul. de 2020, 11:01
— LUSA/AO online
Numa nota enviada às redações, o
SITACEHT/Açores diz que, tal como o Movimento Sindical Unitário
Açoriano, está “extremamente preocupado” com a situação e que voltou a
solicitar ao parlamento açoriano para tomar "uma posição de urgência,
exigindo ao Governo da República a aplicação das majorações" aos
ex-funcionários."Foi neste sentido que
também solicitámos ao presidente do Governo Regional dos Açores para
diligenciar junta da ministra do Trabalho a aplicação das majorações aos
trabalhadores da Cofaco do Pico", acrescenta.Em
maio de 2018, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco, encerrou a
fábrica da ilha do Pico, despedindo 162 trabalhadores, com o
compromisso de abrir uma nova fábrica até janeiro de 2020, com
capacidade inicial para 100 trabalhadores e a possibilidade de aumentar o
efetivo até 250.O sindicato tem vindo a
alertar para situações de ex-funcionários que perderam o subsídio de
desemprego e que ficam "sem qualquer rendimento".Recentemente,
em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical Vitor Silva
lamentou que as majorações de apoios sociais para os trabalhadores
despedidos, aprovadas há mais de um ano, "ainda não tenham sido
aplicadas". "É neste sentido, que mais
uma vez a CGTP/IN vai desenvolver medidas, nomeadamente questionar a
ministra do Trabalho, como já fez anteriormente, para saber quando será
feita justiça para com estes ex-trabalhadores e as suas famílias",
refere a nota. "Uma parte significativa"
dos desempregados da conserveira "já perdeu ou vai perder o subsídio de
desemprego nos próximos meses", é referido. Dos trabalhadores que
perderam o subsídio de desemprego, alguns estão mesmo sem qualquer
rendimento, porque não tiveram direito ao subsídio social de desemprego
subsequente ou, em alguns casos, este apoio também está a terminar.O
Movimento Sindical Unitário Açoriano considera "incompreensível e
lamentável o facto de ainda não ter sido aplicada a Resolução 242/2018
da Assembleia da República aos trabalhadores da unidade fabril da Cofaco
da Madalena, mesmo depois de ter sido aprovada a contemplação da
referida resolução no Orçamento do Estado para 2020". Este
instrumento recomenda ao Governo “que institua um regime especial e
transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento
da duração de apoios sociais aos trabalhadores em situação de
desemprego nos concelhos da Madalena do Pico, Lajes do Pico e São Roque
do Pico, na Região Autónoma dos Açores, e a todos os ex-trabalhadores da
fábrica Cofaco do Pico”, lê-se na nota.Além
da majoração do subsídio de desemprego em termos de prazo e montante,
estão previstos formação profissional para estes trabalhadores e acesso à
reforma sem penalização para os trabalhadores com mais de 55 anos.Para
os sindicatos "este é o tipo de comportamento que pouco dignifica a
classe política em Portugal": "Não basta propor medidas ou tomar
medidas, é preciso ir mais longe, fazendo o acompanhamento e o controlo
de execução destas medidas, criando as condições para que elas saiam do
papel e se concretizem".