Sindicato volta a pedir intervenção "mais empenhada" em defesa dos trabalhadores
Lajes
16 de jul. de 2019, 14:58
— Lusa/AO Online
“O
Movimento Sindical Unitário Açoriano reafirma a necessidade de alteração
do Acordo Laboral e de uma postura de maior exigência do Estado
português em relação aos Estados Unidos da América (EUA). A postura de
capitulação e subserviência sistemática do interesse nacional, por parte
dos sucessivos governos da República, permitiu que se chegasse à
situação desastrosa que atingiu os trabalhadores, bem como toda a ilha
Terceira”, avançou a união de sindicatos, liderada por Vítor Silva, em
comunicado de imprensa.A USAH, afeta à
CGTP, reivindica a aplicação da legislação portuguesa aos trabalhadores
da base das Lajes “em matéria de saúde e segurança no trabalho,
parentalidade, estatuto de trabalhador estudante e da prevenção ao
combate do assédio no trabalho”.Por outro
lado, defende “a consagração de prazos de resposta pelos diferentes
níveis de resolução de conflitos (comandantes, Comissão Laboral e
Comissão Bilateral), garantindo que os trabalhadores possam recorrer, em
tempo útil, às instâncias judiciais”. “Os
trabalhadores portugueses ao serviço das Forças Armadas dos Estados
Unidos da América estacionadas na base das Lajes não podem ser limitados
ou impedidos de terem direito e acesso à justiça, situação que viola a
Constituição da República Portuguesa”, sublinhou a união de sindicatos,
em comunicado.A “complexa” situação dos
trabalhadores portugueses na base das Lajes levou à criação de uma
plataforma sindical, constituída pela USAH, pelo Sindicato dos
Trabalhadores de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios
e Serviços dos Açores (SABCES/Açores), pela Federação dos Sindicatos de
Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal
(FESAHT) e pela CGTP/IN.Depois de os
sindicatos se terem reunido com “todas as forças políticas com
representação parlamentar e com os representantes açorianos da Comissão
Laboral e da Comissão Bilateral”, reiteraram que é fundamental que os
governos nacional e regional tenham “uma ação e uma intervenção muito
mais decididas e empenhadas”.A USAH pede
“uma posição clara, consistente e inequívoca” dos governos e o “total
empenhamento” das assembleias nacional e regional “na defesa dos postos
de trabalho e dos direitos dos trabalhadores” da base das Lajes.A
união de sindicatos reivindica ainda “o estabelecimento de um
contingente mínimo de trabalhadores portugueses, na proporção de três
trabalhadores portugueses por cada norte-americano, nunca podendo este
contingente ser inferior a 500 trabalhadores”. Em
2015 e 2016, mais de 400 trabalhadores portugueses da base das Lajes
foram despedidos, por mútuo acordo, na sequência da redução do efetivo
norte-americano de 650 para 165 militares.