Sindicato vai presentar pré-aviso de greve ao trabalho suplementar
Motoristas
21 de ago. de 2019, 10:27
— Lusa/AO Online
"O presidente do sindicato, Francisco São
Bento, vai anunciar esta quarta-feira, em conferência de imprensa marcada para as
13 horas (menos uma nos Açores) em Aveiras que vai avançar com um pré-aviso de greve ao trabalho
suplementar, feriados e fins de semana", disse.Pedro Pardal Henriques indicou que o presidente do sindicato vai dar mais pormenores sobre a decisão na conferência de imprensa.Este
anúncio de pré-aviso de greve surge após uma reunião na terça-feira
entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e
o Governo no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, que
terminou sem acordo.O advogado e
porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, disse à saída da reunião com
o Governo que a Antram [Associação Nacional de Transportadores Públicos
Rodoviários de Mercadorias] "não quis evitar uma possível greve por 50
euros"."A única coisa que pedimos à Antram
foi que as horas extraordinárias fossem pagas, porque as pessoas devem
receber pelo trabalho que fazem. E pedimos que ficasse estabelecido isto
hoje", explicou o porta-voz do SNMMP.Pedro
Pardal Henriques acrescentou que o sindicato pediu ainda "um aumento no
subsídio de ADR [de transporte terrestre de mercadorias perigosas], que
é um subsídio específico para 800 trabalhadores que manuseiam matérias
perigosas"."A Antram veio dizer que está disponível para negociar, mas que não aceita condição nenhuma", acrescentou.Pardal
Henriques disse ainda que a Antram impôs que o processo de negociação
se iniciasse desde que fosse “exatamente aquilo que foi apresentado aos
outros dois sindicatos, ou melhor, que foi apresentado à Fectrans
[Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações] e que foi
imposto ao SIMM [Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias]”.Na
terça-feira, também a Antram esteve reunida no Ministério das
Infraestruturas e, no final do encontro, o seu porta-voz, André Matias
de Almeida, afirmou que o SNMMP recusou o processo de mediação, apesar
de a associação patronal estar disponível para debater “quase tudo”. “Hoje
deixámos aqui um documento de manhã onde abríamos quase tudo à
mediação. Fomos chamados [na terça-feira à noite] ao Ministério das
Infraestruturas para sermos informados de que o sindicato não aceita a
mediação e quer impor aumentos salariais e o pagamento de horas
suplementares, e isso não é um processo de mediação”, apontou.Assim,
a Antram defendeu que a desconvocação da greve “não passou de mais um
número” e vincou que “não é possível conversar com quem quer ir para a
mesa de negociações com condições impostas”.No
domingo, na moção aprovada durante o plenário, os motoristas decidiram
mandatar a direção do sindicato para, caso a Antram demonstrasse uma
“postura intransigente” na reunião de terça-feira, tomar medidas, como
“a convocação de greves às horas extraordinárias, fins de semana e
feriados”, até que os interesses dos motoristas sejam efetivamente
assegurados.Na segunda-feira, o Governo aprovou o fim da crise energética, voltando Portugal à situação de normalidade.A
greve dos motoristas de matérias perigosas, que levou o Governo a
adotar medidas excecionais para assegurar o abastecimento de
combustível, terminou no domingo, ao fim de sete dias de protesto,
depois de o SNMMP, que se mantinha isolado na paralisação desde
quinta-feira à noite, a ter desconvocado.O
Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias desvinculou-se da
greve ao quarto dia, na quinta-feira à noite, e vai regressar às
negociações com o patronato em 12 de setembro.