Sindicato reivindica eliminação de cortes nas pensões de ex-trabalhadores da base das Lajes
29 de jun. de 2021, 16:53
— Lusa/AO online
“O
que nós pedimos é a eliminação do fator de sustentabilidade aos
trabalhadores que foram abrangidos por processos de reestruturação na
base das Lajes”, afirmou hoje o coordenador do sindicato, Vítor Silva,
numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, em que também
participaram antigos funcionários da base das Lajes.Em
causa está a aplicação do fator de sustentabilidade, que prevê um corte
de cerca de 13% nas pensões de velhice em caso de antecipação da idade
do acesso à reforma, aos mais de 400 trabalhadores da base das Lajes que
assinaram rescisões por mútuo acordo, em 2015, no âmbito do processo da
redução militar norte-americana naquela infraestrutura.Segundo
Vítor Silva, há uma “discriminação clara” entre ex-trabalhadores,
porque os funcionários que pediram reforma antecipada antes de 2015 não
tiveram essa penalização e a situação foi, entretanto, corrigida, mas só
abrange pedidos de reforma feitos após 2019.Em
2020 foi criado um decreto-lei que eliminava o fator de
sustentabilidade nos regimes de antecipação da idade de pensão de
velhice do regime geral de segurança social, que integrava, entre
outros, “os trabalhadores abrangidos por acordos internacionais na
Região Autónoma dos Açores”, mas essa legislação só se aplicava aos
pedidos de reforma apresentados a partir de 1 de janeiro de 2020.A
legislação foi, entretanto, alterada, antecipando a data para 01 de
janeiro de 2019, mas continuou a deixar de fora os funcionários que
pediram reforma antecipada na base das Lajes, entre 2015 e 2019.“Já
que houve essas duas situações para tentar corrigir injustiças, nós
estamos a pedir que se faça uma terceira e se corrija a injustiça em
relação aos ex-trabalhadores da base das Lajes”, adiantou Vítor Silva.O
dirigente sindical salientou que os mais de 400 trabalhadores da base
das Lajes que assinaram rescisões por mútuo acordo em 2015 “não saíram
por sua iniciativa”, mas no âmbito de uma reestruturação imposta pela
Força Aérea norte-americana.“A
redução foi implementada pelos norte-americanos e infelizmente o Estado
português não teve capacidade de reverter ou alterar aquela decisão. Os
trabalhadores não foram nem tidos nem achados neste processo. Não podem
ser prejudicados”, defendeu.Segundo
Vítor Silva, o SITACEHT/Açores já tinha levantado esta questão, mas o
problema não tinha tido até agora “recetividade” por parte das forças
políticas.O
BE e os partidos da coligação que forma o Governo Regional desde
novembro de 2020 (PSD/CDS/PPM) já entregaram na Assembleia Legislativa
dos Açores duas antepropostas de lei, que estão em análise na Comissão
de Assuntos Sociais, para que a eliminação do fator de sustentabilidade
prevista no decreto-lei 70/2020 seja aplicada a partir de 2015.“Consideramos
que com boa vontade política rapidamente será encontrada uma solução”,
afirmou Vítor Silva, dizendo esperar que as antepropostas de lei possam
ser debatidas na Assembleia Legislativa dos Açores ainda no plenário de
julho.