Sindicato recolhe assinaturas para exigir aumento de rendimentos nos Açores

22 de ago. de 2018, 20:00 — Lusa/AO Online

"Existe uma diferença enorme entre os vencimentos dos açorianos e os vencimentos dos seus congéneres continentais. O salário mínimo da região, neste momento, abrange 70% dos trabalhadores. No continente, 23%. Mais um ano ou dois com este Governo do PS/Açores e 90% dos açorianos estão a receber o ordenado mínimo", salientou António Inocêncio, coordenador do sindicato.Segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o salário médio em Portugal, no segundo trimestre de 2018, situava-se nos 887 euros, atingindo nos Açores os 792 euros.A União de Sindicatos de Angra do Heroísmo lançou uma petição para reivindicar um aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5 para 7,5%, para reduzir as disparidades salariais e para "atenuar os efeitos da insularidade sobre o custo de vida e sobre o mercado de trabalho". "As famílias açorianas continuam a ser empurradas para situações de pobreza real, porque os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar não são suficientes para garantir a sua subsistência", frisou António Inocêncio. Na prática, este aumento representaria um acréscimo salarial de cerca de 15 euros mensais para os trabalhadores que auferem o salário mínimo, o que, segundo o sindicalista, seria comportável para as empresas privadas."Não faz sentido falar de crescimento económico sem que esse crescimento se traduza numa justa e equilibrada distribuição da riqueza gerada, como não faz qualquer sentido falar de emprego apenas para fins estatísticos, mas com vínculos precários e sem direitos", apontou.A União de Sindicatos de Angra do Heroísmo vai promover, por outro lado, um abaixo-assinado que defende o aumento de 15% da remuneração complementar, atribuída aos funcionários públicos que auferem salários até 1.304 euros."A remuneração complementar não é alvo de qualquer atualização desde 2012 e, desde 2009, as remunerações base dos funcionários públicos também não são atualizadas", pode ler-se no texto do abaixo-assinado.Segundo António Inocêncio, é exigido um aumento de 2,5% por cada ano em que não houve atualização, para minimizar a perda de rendimentos dos funcionários públicos na última década.A petição e o abaixo-assinado deverão dar entrada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores no mês de setembro.