Sindicato prevê que aeroportos de Lisboa e Faro fiquem sem combustível ao início da tarde
16 de abr. de 2019, 10:08
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, Francisco São Bento, do Sindicato Nacional
de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) disse que o Governo
reconheceu a necessidade de usar a figura da requisição civil, mas esta
ainda não tem aplicação prática, pelo que a greve se mantém com uma
adesão a 100%.O sindicalista falava depois
de o Governo ter aprovado uma resolução do Conselho de Ministros que
reconhece a necessidade de requisição civil no caso da greve dos
motoristas de matérias perigosas, que começou na segunda-feira.Segundo
um comunicado da presidência do Conselho de Ministros, “a greve em
curso afeta o abastecimento de combustíveis aos aeroportos, bombeiros e
portos, bem como o abastecimento de combustíveis às empresas de
transportes públicos e aos postos de abastecimento da Grande Lisboa e do
Grande Porto”.A presidência do Conselho
de Ministros acrescenta que esta decisão foi tomada “depois de se ter
constatado que no dia 15 de abril não foram assegurados os serviços
mínimos” fixados pelos ministros do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social e do Ambiente e da Transição Energética.Contactado
pela Lusa, Francisco São Bento diz que os serviços mínimos estão
sobredimensionados e que, em greve, "nunca seria possível cumprir"."Ao
declararem serviços mínimos destas dimensões pedem que os trabalhadores
funcionem em greve como num dia normal de trabalho […]. Uma vez que a
consequência de uma greve é ter algum impacto para chamar a atenção de
quem se pretende chamar à mesa das negociações, isto é a mesma coisa que
os trabalhadores não poderem exercer o seu direito à greve", afirmou.O
representante disse ainda que a previsão do sindicato é que ao início
da tarde os aeroportos de Lisboa e Faro fiquem sem combustível.Ao início da manhã, segundo o SNMMP, cerca de 40% a 50% dos postos e abastecimento já estavam sem combustível.A
greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às
00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de
Motoristas de Matérias Perigosas, por tempo indeterminado, para
reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo
sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.