Sindicato preocupado com encerramento "de forma desumana" de agências bancárias nos Açores
28 de set. de 2021, 16:29
— Lusa/AO Online
"Vamos
entregar ao chefe de gabinete do secretário regional das Finanças e
Planeamento um manifesto de descontentamento dos representantes das
secções regionais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta para com
as instituições que têm tratado mal os trabalhadores bancários, na
sequência do encerramento de balcões em localidades em que não existe
nenhuma instituição bancária", adiantou à agência Lusa Afonso Quental,
secretário coordenador daquele sindicato da banca.Os
secretariados das secções regionais dos Açores do Mais Sindicato,
acompanhados de um membro da direção e do representante da UGT Açores,
entregaram hoje pelas 16h00 uma comunicação na
Secretaria Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública,
com conhecimento ao presidente do Governo dos Açores e ao gerente do
Banco de Portugal (Delegação de Ponta Delgada), segundo informaram."Este
manifesto apela a estas autoridades para que mostrem o seu desagrado
para com as instituições que encerraram de forma desumana balcões em
localidades que ficaram sem nenhuma agência bancária", explicou Afonso
Quental.O dirigente sindical disse que "há instituições que sem dó, nem piedade, chegam aos sítios e fecham" as agências."A
nossa preocupação não é só com os trabalhadores, mas também temos uma
preocupação com os clientes, alguns já há mais de 30 anos, e que são
praticamente uma família. São pessoas já com alguma idade,
principalmente nos meios rurais, e custa muito quando ficam sem nenhuma
agência bancária", apontou.Afonso Quental
não precisou quantos postos de trabalho podem estar em causa, alegando
que "há muitos" trabalhadores que "estão a ser contactados"."Há
balcões que já foram encerrados em São Miguel, nas Lajes do Pico, na
Praia da Vitória, na Terceira, e noutros sítios e não se sabe o que vem
para o futuro", denunciou.Afonso Quental reforçou que o manifesto "mostra" as preocupações perante a situação na banca.O
manifesto "vai também no sentido de apelar ao Governo Regional" (de
coligação PSD/CDS-PP/PPM) para que "esteja solidário e mostre este
descontentamento às instituições, não movimentando, através dos bancos
que tratam mal os trabalhadores e as populações mais desfavorecidas, os
dinheiros que vêm da bazuca europeia do Plano de Recuperação e
Resiliência", sublinhou.O documento será
também enviado aos presidentes das câmaras municipais de Ponta Delgada,
Ribeira Grande e Lagoa, em São Miguel, e ao presidente do Governo
Regional, a quem o Mais Sindicato vai solicitar reuniões."Apelamos
ao desagrado para com as instituições que encerraram de forma desumana
balcões em localidades que ficaram sem nenhuma agência bancária e que
têm pressionado os trabalhadores a aceitarem de forma pouco linear as
RMA [Rescisões por Mútuo Acordo]", afirmou Afonso Quental.